O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (3) que o novo valor de R$ 300 proposto pelo governo para o auxílio emergencial é pouco para a população, mas muito para as contas públicas. Em visita a Eldorado (SP), cidade onde cresceu e passou a juventude, o presidente destacou que o Brasil não pode continuar se endividando e que a dívida já chega a quase R$ 1 trilhão.
— Sei que é pouco R$ 300, mas para quem paga, que é o Brasil, é muito. Não podemos continuar nos endividando quase R$ 50 bilhões por mês — declarou.
O presidente mencionou que o auxílio beneficiou cerca de 38 milhões de brasileiros afetados pelos efeitos econômicos da pandemia da covid-19.
Bolsonaro também voltou a repetir que sempre alertou para a necessidade de tratar o vírus e o desemprego.
— Até porque a própria OMS (Organização Mundial da Saúde), que para mim não tem qualquer credibilidade, agora diz que não podemos dissociar vida da economia e também devemos aprender a conviver com o vírus, mesmo após a vacina que está por vir — disse.
Bolsonaro também voltou a criticar as estratégias de isolamento adotadas no combate ao coronavírus.
— Os efeitos colaterais da forma como foi tratada essa questão serão muito mais graves do que a doença — disse.
Ele fez ainda um apelo para que governadores e prefeitos "com a devida responsabilidade abram em definitivo o comércio".
Bolsonaro repetiu ainda que o uso da hidroxicloroquina tem sido a única alternativa para tratar a doença. O medicamento não tem eficácia comprovada contra o vírus, mas na opinião do presidente "já se comprova pelo menos de forma observacional" que a medicação funciona.
Questão ambiental
Acompanharam o presidente na visita, entre outras autoridades, os ministros da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Quando comentou a presença de Salles, Bolsonaro afirmou que a "questão ambiental é usada para uma guerra irregular".
Na semana passada, Salles protagonizou embate com ala militar do governo e chegou a anunciar que paralisaria todas as atividades de combate ao desmatamento na Amazônia e no Pantanal. O anúncio foi feito por meio de nota após bloqueios de verbas feito pelo Ministério da Economia a pedido de ministros militares. A decisão foi revertida em poucas horas e Salles ganhou o apoio dos filhos do presidente.
Bolsonaro ficará em Eldorado (SP), cidade onde sua mãe mora, até sexta-feira (4). A última vez que esteve no município foi em junho do ano passado. Mais cedo, o presidente também passou pelas cidades de Tapiraí e Pariquera-Açu.