O Sindicato dos Trabalhadores de Correios do Rio Grande do Sul (Sintect-RS) irá realizar na tarde desta terça-feira (22) uma assembleia para decidir pelo encerramento ou não da greve da categoria. O encontro ocorre após o resultado da audiência realizada nesta segunda-feira (21) no Tribunal Superior do Trabalho. Foram aprovadas algumas cláusulas do acordo coletivo, incluindo um reajuste de 2,6% para os funcionários, e a corte trabalhista decidiu que a greve não foi abusiva. Para o Sindicato, o resultado foi considerado negativo.
A tendência é de que os trabalhadores decidam pela volta às atividades. No entanto, na avaliação do Sintect-RS, o resultado da audiência permitiu um avanço para que ocorra a privatização dos Correios. O secretário-geral do sindicato, Alexandre Nunes, ressalta que principal questionamento da entidade envolve o cancelamento de 50 cláusulas do antigo acordo coletivo de trabalho.
— O resultado da audiência foi péssimo para a categoria. Perdemos direitos que estavam há 70 anos no acordo coletivo de trabalho. Em plena pandemia, os trabalhadores perderam seus direitos. Agora, vamos ver qual será a decisão da assembleia — afirmou Nunes.
O retorno ao trabalho nesta terça-feira foi estabelecido pelo Tribunal. Caso contrário, os sindicatos da categoria ficam sujeitos ao pagamento de uma multa diária de R$ 100 mil. Na decisão, os magistrados entenderam ainda que a greve não foi abusiva. Com isso, metade dos dias de greve será descontada do salário dos empregados. A outra metade deverá ser compensada.
Por fim, o TST manteve as nove cláusulas oferecidas pelos Correios durante a negociação salarial – que incluem a oferta de plano de saúde e auxílio-alimentação – e outras 20 cláusulas sociais, que não representam custos extras à empresa.
Por meio de nota, os Correios afirmam que, desde o mês de julho, buscam negociar os termos do acordo coletivo de trabalho. "Ficou claro ser imprescindível que acordos dessa natureza reflitam o contexto em que são produzidos e se ajustem à legislação vigente", diz a empresa. No documento, os Correios também destacam que vão "empreender todos os esforços para recompor os índices de eficiência dos produtos e serviços, considerados essenciais, nesse momento em que a população brasileira mais precisa".