A linha de crédito para pagamento da folha salarial criada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é voltada para pequenas e médias empresas, com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões ao ano. Elas podem financiar até duas folhas salariais, com o limite de dois salários mínimos por empregado. Caso o rendimento do colaborador ultrapasse esse valor, a empresa necessita complementar a diferença.
O crédito tem juro de 3,75% ao ano, com carência de seis meses e pagamento em até 36 meses. O dinheiro vai direto para a conta do funcionário, sem passar pela empresa. Como contrapartida, quem toma o empréstimo precisa manter os empregos pelo mesmo período em que usar o benefício.
Para conseguir o crédito, é necessário procurar um banco autorizado a operar a linha. Instituições públicas, privadas e cooperativas estão aptas a realizarem as transações. No Rio Grande do Sul, Banco do Brasil, Santander, Bradesco, Itaú, Sicredi e Caixa, nesta ordem, são as que mais têm fechado contratos, conforme o Banco Central. O setor exige que a folha salarial esteja registrada no banco para liberar o dinheiro.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as instituições não estão exigindo garantias reais das empresas nesta linha. No entanto, até 7 de maio, era necessário que a empresa não tivesse dívidas de seguridade social. Essa limitação, já retirada, é apontada como um dos fatores que levou à baixa adesão à medida. Dos R$ 40 bilhões colocados no mercado, apenas R$ 2 bilhões haviam sido liberados até 28 de maio.
Com o baixo volume desembolsado até o momento, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, aponta que a medida será modificada. O objetivo é estender até o final de agosto a vigência e alterar os critérios de acesso. O programa deverá contemplar grandes empresas também, com faturamento anual de até R$ 50 milhões. Além disso, será cobrada a manutenção de somente 50% dos empregos pelo mesmo tempo em que se utilizou o financiamento.