A pandemia de coronavírus afetou a demanda por corridas da Uber, que reportou prejuízo de quase US$ 3 bilhões no primeiro trimestre deste ano (alta de 190%), mas ajudou a elevar a entrega de comida, dando maior equilíbrio ao caixa, divulgou a companhia em balanço nesta quinta-feira (7).
No primeiro trimestre de 2019, o prejuízo líquido foi de US$ 1,01 bilhão. A receita total (US$ 3,5 bilhões) cresceu 14% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Enquanto a receita de corridas subiu apenas 2%, atingindo US$ 2,5 bilhões, o Uber Eats registrou aumento de 53%, com US$ 819 milhões.
— Enquanto o negócio de corridas foi duramente afetado pela pandemia em curso, tomamos medidas rápidas a fim de preservar a força do nosso balanço, com foco em recursos adicionais no Uber Eats e na nossa preparação para qualquer cenário de recuperação — afirmou Dara Khosrowshahi, presidente-executivo da companhia.
Segundo ele, a empresa está "encorajada" pelos primeiros sinais de abertura em mercados onde atua.
— Nossa presença global e estrutura de custos altamente variável continuam sendo uma vantagem importante, pois nossa expectativa é de que a recuperação do negócio de corridas varie de acordo com a cidade e o país — disse.
Parte considerável do prejuízo se deu pela desvalorização de investimentos da empresa. Nas últimas três semanas, as corridas cresceram, de acordo com executivos na apresentação dos resultados. A última semana registrou aumento de 12%. Em abril, a queda foi de 80%.
A empresa, que nunca lucrou, terá que adiar este momento mais uma vez. A expectativa era de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) positivo no quarto trimestre deste ano, o que deve ser adiado em meses, não em anos, segundo a empresa.
As ações da Uber dispararam 11,2% nesta quinta-feira, cotadas a US$ 30,93. A alta no ano é de 4%, e a empresa é avaliada pelo mercado financeiro em US$ 53 bilhões.