O governador João Doria (PSDB) e o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciaram nesta quarta-feira (29) a obrigatoriedade do uso de máscaras nos ônibus, táxis e aplicativos de transporte no Estado de São Paulo. Decretos serão publicados estabelecendo a proibição do uso desses meios de transporte e a possibilidade de veto aos passageiros no caso de estarem sem equipamento de segurança individual. Os passageiros serão advertidos, enquanto as empresas serão passíveis de multa.
A regra vale a partir de 4 de maio. O governo estadual já havia anunciado obrigatoriedade do uso das máscaras nos trens do metrô e da CPTM.
O anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste da capital paulista), na entrevista coletiva diária sobre coronavírus. O poder público da cidade e do Estado trata a medida como endurecimento das restrições de circulação, diante da queda no índice de distanciamento social, que ficou em 48% na terça-feira (28).
De acordo com Covas, a multa para empresas de ônibus que transportarem passageiros sem máscara é de R$ 3,3 mil.
— A gente reconhece que muitas vezes as pessoas possam reclamar do incômodo de se utilizar uma máscara, mas é um incômodo pequeno em relação ao benefício que ela traz do pondo de vista sanitário — disse Covas.
Doria reforçou a importância dos cuidados:
— Lembrando que, em aplicativos e táxis, todos os motoristas deverão obrigatoriamente estarem trabalhando com máscaras. E todos os usuários também. O motorista estará apto a negar a corrida ou o serviço de transporte que não estiver portando máscaras.
O poder público garante que facilitará a venda das máscaras perto de das estações.
— Com a obrigatoriedade do uso de máscaras, estaremos contribuindo para que nas imediações das estações sejam comercializadas — disse o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy.
O governador João Doria também afirmou que o atual índice de isolamento social é baixo e que não é suficiente para a reabertura da economia, planejada para a partir de 11 de maio.
— Numa taxa de isolamento de 48%, não há menor condição de flexibilização de isolamento. E, evidentemente, com os riscos de colapso no atendimento público nos hospitais — disse Doria.
Críticas a Bolsonaro
Doria fez um discurso com fortes críticas ao presidente Jair Bolsonaro e o convidou a ir ver pessoas agonizando nos hospitais. Ele respondeu a uma citação do presidente a ele e ao prefeito Bruno Covas.
— Convido o senhor, venha a São Paulo. Saia de Brasília e venha visitar o Hospital das Clínicas, os hospitais de campanha. Venha ver as pessoas agonizando nos leitos e a preocupação dos profissionais de saúde de São Paulo. E se não quiser visitar São Paulo, por medo ou qualquer outra razão, vá ver o colapso da saúde em Manaus — disse.
Doria pediu que Bolsonaro respeite o luto das famílias dos mais de 5 mil mortos pela covid-19:
— Respeite médicos, enfermeiros e profissionais de saúde, que, ao contrário do senhor, que vai praticar em estande de tiro, essas pessoas estão protegendo pessoas. Pare com essa política da perversidade. Pare de fazer política em meio a um país que chora mortes e infectados. E agora, presidente? Diante de mais de 5 mil mortos, o senhor continua afirmando que é uma gripezinha?