Ministro da Saúde há 11 dias, Nelson Teich reconheceu em entrevista coletiva que os números de óbitos e contaminados por covid-19 divulgados nesta terça-feira (28) no Brasil são indícios de piora na situação da pandemia. A resposta da pasta, segundo Teich e o secretário-executivo Eduardo Pazuello, é priorizar a distribuição de respiradores e EPIs aos Estados onde a situação é mais grave.
— Como a gente tem manutenção dos números elevados e crescentes, a gente tem que abordar isso como um problema, uma curva que vem crescendo, como um agravamento da situação — ponderou Teich, apontando Manaus, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro como lugares onde a crise é maior.
O secretário de vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, afirmou que, dos 474 óbitos registrados nas últimas 24 horas — recorde diário que fez o Brasil ultrapassar a China na estatísticas de mortos pela covid-19 —, 146 ocorreram nos três dias anteriores e foram apenas confirmados nesta terça.
Wanderson também detalhou números que preocupma mais a pasta: São Paulo concentrou 185 dos registros das últimas 24 horas, enquanto o Rio de Janeiro confirmou outras 73 vítimas fatais. Somados aos 34 mortos no Amazonas, 24 em Pernambuco e 19 no Ceará, confirmaram 335 registros de óbitos em um dia. É o equivalente a 70,6% de toda a estatística diária recorde.
— Já temos bastante coisa adquirida. A partir de amanhã, estamos distribuindo 185 respiradores para aqueles Estados e municípios mais afetados. Agora a prioridade mudou — disse Pazuello. — Continuamos com a distribuição, agora focada onde a situação está pior. Não linear, como iniciou-se os planejamentos — concluiu.
O ministro disse que está trabalhando na aproximação de governadores e reconheceu mais uma vez a dificuldade da situação. Ele apontou a obtenção de respiradores como o maior desafio do momento de combate da pandemia a nível mundial.
Na quarta-feira (29), Teich participará de audiência pública no Senado, às 16h30min. As coletivas do Ministério da Saúde serão retomadas na quinta-feira (30).