A indústria calçadista é um dos ramos da economia mais prejudicados pelo coronavírus. Em meio à pandemia, as fábricas do setor já registraram 7,6 mil demissões no Rio Grande do Sul. A estimativa integra balanço divulgado nesta terça-feira (28) pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), sediada em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
A pesquisa contempla registros desde 23 de março. De lá para cá, o número de cortes no país chegou a 26,5 mil.
O Rio Grande do Sul é o segundo Estado com mais demissões no Brasil. Apenas São Paulo teve perda maior de postos de trabalho durante a crise (quase 8 mil).
"Além de o varejo estar fechado, tivemos problemas com pagamentos e cancelamentos, inclusive para exportação", sublinha em nota o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
Em razão da covid-19, a produção nacional do setor, em número de pares, deve despencar 49% no segundo trimestre, em relação a igual período do ano passado. Nos três meses iniciais de 2020, a queda foi de 14,2%.
Antes de a pandemia chegar ao Brasil, a Abicalçados apostava em crescimento de 2,5% no acumulado deste ano. Agora, a entidade projeta que a produção cairá pelo menos 26% em relação a 2019.
Demissões na indústria calçadista
De 23 de março a 28 de abril
- São Paulo: 7.975
- Rio Grande do Sul: 7.590
- Minas Gerais: 5.000
- Santa Catarina: 2.500
- Outros: 3.420
Brasil: 26.485