O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Martins Filho determinou nesta terça-feira (4) que 90% dos funcionários da Petrobras mantenham-se em atividade e no desempenho normal de suas atribuições, conforme decisão vista pela agência Reuters. No documento, o ministro também determinou que os petroleiros abstenham-se de impedir o livre trânsito de bens e pessoas nas unidades da Petrobras e de suas subsidiárias.
Parte da categoria está em greve desde o início da madrugada de sábado (1). Eles pedem que a Petrobras recue no projeto de fechar a Araucária Nitrogenados e questionam medidas adotadas pela empresa na gestão dos trabalhadores. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), há mobilizações em 30 unidades do Sistema Petrobras em 12 Estados, incluindo refinarias, terminais e plataformas de petróleo.
Na segunda-feira (3), um grupo de petroleiros paranaenses decidiu acampar em frente à sede da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro, em protesto contra as demissões previstas com o fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados. Dentro do edifício, sindicalistas mantém uma ocupação, em tentativa de forçar negociações.
A estatal diz, porém, que a paralisação não afeta suas operações. "O movimento grevista iniciado no último sábado não gera impactos na produção nem no abastecimento do mercado", afirmou a empresa, em comunicado.
Durante o fim de semana, a Petrobras tentou na Justiça ordem para retirar os sindicalistas que ocuparam uma sala de reunião na sexta, mas o pedido foi negado pela juíza Rosane Ribeiro Catrib, da Justiça do Trabalho. Para ela, a ocupação "é um sinal de resistência, próprio do jogo democrático".
"O que se vê é a legítima atuação do sindicato no sentido de persuadir a empresa à negociação. Negociação frustrada após uma reunião para a qual foram convidados e não saíram porque, como já dito, permanecem em mesa para negociar", escreveu a juíza.