Prestes a encaminhar a reforma administrativa para o Congresso, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a sair de férias na próxima semana, entre os dias 24 e 28 de fevereiro. A dispensa foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (21).
Pressionado pela equipe econômica, Bolsonaro havia prometido, na semana passada, enviar o projeto da reforma antes do Carnaval, mas, devido a divergências acerca do texto, isso não ocorreu. Nesta quinta-feira (20), no entanto, refez a previsão e garantiu o envio da proposta a partir de março:
— Vamos deixar para depois do Carnaval, né? Conforme o governo, a reforma está "madura", embora ainda não esteja pronta.
Paulo Guedes sai de férias dias depois de o presidente ter o elogiado publicamente em cerimônia no Palácio do Planalto, terça-feira passada, desmentindo informações de que seu principal economista havia pedido para sair do governo. O chefe do Poder Executivo argumentou que, mesmo com "alguns problemas pontuais como todos nós temos", o ministro é criticado muito mais por sua competência do que por eventuais deslizes.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro está preocupado com as previsões de baixo crescimento do PIB para este ano e cobrou de Guedes melhora no índice. O presidente espera da equipe elevação de pelo menos 2% na atividade econômica. Como resposta, o ministro afirmou que será possível atingir, ou até superar, o percentual.
O período de descanso de Guedes também se dá em um momento em que a cotação do dólar vem batendo diariamente sucessivos recordes. Ele já sinalizou em outras oportunidades que a valorização da moeda americana não dará trégua nos próximos meses. Nesta sexta-feira pela manhã, a cotação bateu o maior valor da história, de R$ 4,40.