O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira (3), que pretende aproveitar o êxito de sua agenda econômica para "buscar ir mais fundo nas reformas". Ele também afirmou que conversa com o ministro da Economia Paulo Guedes sobre as propostas.
— Discuti com ele sobre as reformas econômicas. Após 28 anos na Câmara sem aprovar nada, eu digo que a melhor reforma é a que será aprovada — disse durante almoço em homenagem a ele na sede da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp).
Ele não citou nenhuma reforma específica e nem o que considera prioridade para o governo. Estão no Congresso desde 2019 três propostas de emenda à Constituição (PECs) que mudam o funcionamento do Estado.
O mandatário falou logo após o presidente da federação, Paulo Skaf. Bolsonaro afirmou que Skaf "conseguiu um emprego" de porta-voz em seu governo, e disse que ele tocou em todos os pontos "que tem feito a diferença no Brasil".
Durante seu discurso, o chefe da federação chamou a atenção para os números positivos da economia e destacou o otimismo dos industriais. Skaf também afirmou que a Fiesp "nunca se meteu em política partidária", mas justificou o apoio ao presidente Bolsonaro porque a a "agenda do governo coincide com a agenda da indústria".
"Entreguei nas mãos do Guedes, mas converso quando não concordo"
Presidente da entidade desde 2004, Skaf está no centro de uma disputa política dentro da Fiesp. Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou uma insatisfação de associados com o alinhamento ao chefe do Executivo nacional e com a militarização da federação. Depois disso, grandes executivos vieram a público relatar insatisfação com o comando da Fiesp.
Após elogiar Skaf, Bolsonaro repetiu que, embora não entenda de economia, como presidente é o técnico dos ministros que entram em campo com o conhecimento.
— Entreguei nas mãos do Guedes, mas converso quando tem alguma coisa que não concordo. Quando ele falou que queria aumentar o imposto da cerveja, apesar de não ser um amante desse esporte, me coloquei contra e ele prontamente atendeu — disse.
Bolsonaro também disse que se reuniu no último domingo (2) com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
— Conversamos sobre reforma administrativa que está para chegar. Ele tem se mostrado mais do que simpático, ele quer ser protagonista nesta questão — disse.
Também estavam presentes no evento os filhos do mandatário, o senador Flávio Bolsonaro (ex-PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (ex-PSL-SP), os ministros do Meio Ambiente Ricardo Salles e da Educação Abraham Weintraub, e a secretária especial de Cultura, Regina Duarte.