O rombo nas contas da Previdência atingiu R$ 318,4 bilhões em 2019. O número é o maior registrado na série histórica. Em 2019, o déficit previdenciário da União cresceu cerca de 10% em relação ao ano anterior, apontam dados do Tesouro Nacional. A diferença entre o que o governo arrecada e o que gasta nessa área havia ficado negativa em R$ 289 bilhões em 2018 e R$ 270,3 bilhões em 2017.
Para corrigir distorções no sistema de aposentadorias e reduzir o rombo, o governo apresentou e conseguiu aprovar uma proposta de reforma da Previdência em 2019. O impacto para o ano passado, porém, foi nulo, e o efeito nas contas de 2020 ainda serão pequenos.
Os dados divulgados pelo Tesouro incluem os resultados do Regime Geral de Previdência Social, que atende o setor privado, e os regimes de servidores públicos e militares, além do Fundo Constitucional do Distrito Federal.
O déficit da Previdência foi o principal alvo da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, em seu primeiro ano de gestão. Apresentada com uma economia aos cofres públicos estimada em mais de R$ 1 trilhão em 10 anos, a proposta para mudar regras de aposentadoria do setor privado e de servidores públicos acabou aprovada pelo Congresso com um impacto de aproximadamente R$ 800 bilhões.
Apesar da redução, o valor da economia foi considerado alto pelo governo. Esse efeito, entretanto, é menor nos primeiros anos de vigência das novas regras e será gradativamente ampliado ano após ano.
Em 2019, as aposentadorias do setor privado responderam pela maior parte do déficit, com R$ 213,3 bilhões. No caso dos servidores públicos, o rombo foi de R$ 53,1 milhões. O Fundo Constitucional do Distrito Federal ficou com um buraco de R$ 5 bilhões.
O déficit do sistema dos militares, por sua vez, foi de R$ 47 bilhões. A categoria também passou por mudanças no sistema previdenciário, mas, como contrapartida, foi beneficiada com um plano de reestruturação de carreira e ampliação de remuneração.