O líder do governo do presidente Jair Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), reconheceu nesta terça-feira (19) que a reforma administrativa pode ser enviada ao Poder Legislativo só no ano que vem. Nos últimos dias, o presidente e a equipe econômica vinham dando sinais de que a iniciativa seria adiada diante da resistência tanto na direita como na esquerda.
— Ela pode ficar para o ano que vem, mas não se tem nenhuma decisão ainda tomada em relação a isso — disse Fernando Bezerra Coelho no Palácio do Planalto.
Segundo ele, não há data ainda para a apresentação da proposta, uma vez que o foco da equipe econômica, neste momento, é na votação das propostas de emenda à Constituição (PECs) do Pacto Federativo, da Emergência Fiscal e da Revisão dos Fundos.
— A avaliação que tem sido feita para o ministro (Economia) Paulo Guedes é no sentido de que já temos uma pauta muito densa no Congresso Nacional — disse.
Ele observou ainda que a medida deve passar por uma reavaliação a pedido do presidente. Na terça-feira (19), Bolsonaro afirmou que a iniciativa deve ser suavizada para os servidores públicos.
— Está sendo feita uma avaliação de natureza mais política. E o presidente está ouvindo as suas lideranças sobre a oportunidade do envio da reforma administrativa ainda este ano — afirmou o líder.
A proposta altera carreiras e salários dos servidores públicos. Ela é considerada sensível porque atinge uma categoria de trabalhadores que tem forte lobby no Legislativo.
A frente parlamentar do serviço público tem 255 deputados, o que corresponde a quase metade dos 513. Até os últimos dias, a equipe econômica trabalhava com a divulgação nesta terça-feira (19). Diante da forte resistência, o Palácio do Planalto cogita deixá-la para o próximo ano. A principal preocupação é a de que, diante da deflagração de protestos na América do Sul, a iniciativa gere manifestações também no Brasil.