A agência Bloomberg divulgou na quinta-feira (10) a carta do secretário norte-americano Mike Pompeo à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) onde recomenda "apenas" a entrada da Argentina e da Romênia na organização.
Durante a visita de Jair Bolsonaro à Casa Branca, em março, Trump anunciou apoio à candidatura brasileira, e isso foi alardeado como o grande trunfo de Bolsonaro na viagem. Em troca, o presidente brasileiro abriu mão de benefícios na Organização Mundial do Comércio (OMC) dados a países em desenvolvimento, uma reivindicação dos EUA, que quer reformar a organização.
Na noite de quinta-feira, Pompeo recorreu ao Twitter para negar que os EUA tivessem abandonado seu apoio à candidatura brasileira:
— A carta que foi vazada não representa de forma precisa a posição dos EUA em relação à ampliação da OCDE. Nós apoiamos de forma entusiasmada a entrada do Brasil nessa instituição importante e faremos grandes esforços para ajudar na acessão do Brasil — disse.
Pouco depois, Donald Trump tuitou que a reportagem da Bloomberg era "fake news".
"A declaração conjunta divulgada com o presidente Bolsonaro em março deixa absolutamente claro que eu apoio o início do processo de acessão do Brasil à OCDE. Os EUA mantêm sua declaração e mantêm apoio a Jair Bolsonaro. Esse artigo é FAKE NEWS!"
A solicitação formal do Brasil para se juntar à OCDE foi feita em maio de 2017, no governo de Michel Temer, representando um esforço para fortalecer os laços com as nações desenvolvidas do Ocidente, depois que governos anteriores priorizaram as relações com países em desenvolvimento.
Leia a íntegra da carta enviada para OCDE no dia 28 de agosto:
"Caro sr. secretário-geral,
O Presidente Trump e eu recebemos as suas cartas de julho a respeito da expansão da OCDE. Lamento que elas não representem com precisão a posição dos EUA. Propomos convidar apenas a Argentina e a Romênia. Os Estados Unidos continuam a preferir expansão em ritmo cadenciado, que leve em conta a necessidade de pressão por reformas de governança e planejamento sucessório.
A proposta dos EUA permite expansão sem que se desvie destas prioridades. Vamos continuar encorajando outros membros da OCDE a adotá-la.
Sinceramente,
Michael R. Pompeo"