A venda de ações do Banrisul não é novidade no Estado, embora continue sendo motivo de debate. As negociações começaram no governo Yeda Crusius (PSDB), em 2007, avançaram na gestão de José Ivo Sartori (MDB) e agora voltam ao centro das atenções na administração de Eduardo Leite (PSDB), que anunciou nesta terça-feira (10) nova oferta de papéis.
Confira como evoluiu, até agora, a oferta de ações do Banrisul
2007 – O governo Yeda Crusius (PSDB) fez a primeira venda de ações do Banrisul. Foram negociados 173,9 milhões de papéis preferenciais (sem direito a voto). Dessas, 66,66 milhões eram do banco (e renderam R$ 800 milhões à instituição) e 107,25 milhões eram do Estado (resultando em R$ 1,2 bilhão ao Tesouro estadual). O dinheiro do Estado foi aplicado, inicialmente, em fundos previdenciários, e, depois, utilizado em estradas.
2017 – O governo de José Ivo Sartori chegou a anunciar a intenção de ofertar 99,2 milhões de ações ordinárias (com direito a voto) e 28,8 milhões de preferenciais (sem direito a voto), mas acabou desistindo porque as condições do mercado foram consideradas desfavoráveis naquele momento.
2018 – Sartori decidiu negociar 26 milhões de papéis preferenciais (por R$ 484,9 milhões) em uma primeira rodada e, na sequência, mais 2,9 milhões de ações ordinárias (por R$ 52,5 milhões). Todas as ações pertenciam ao Estado. Parte dos recursos foi usada para pagar salários de servidores do Executivo.
Nesse mesmo ano, foi anunciada a decisão de abrir o capital da Banrisul Cartões, mas a transação acabou não ocorrendo devido às oscilações de mercado. O dinheiro era uma das apostas do governo Sartori para aliviar o caixa no fim do mandato. Embora a operação tenha sido cancelada, a decisão de distribuir R$ 353,3 milhões aos acionistas (estratégia montada para que o Estado pagasse menos impostos, caso a venda de ações se concretizasse) foi mantida. Metade do valor ficou com o Piratini.