Em uma rara cena de união, deputados que são opositores políticos na Assembleia Legislativa apresentaram, nesta quinta-feira (19), um manifesto em que "apelam" ao governo do Estado para que desista da política de venda de ações do Banrisul. No texto, os deputados do MDB, PT, Novo, PDT, PSL, PSOL e SD chamaram a estratégia de venda de ações do banco de "grave prejuízo ao patrimônio" e criticam o que consideram falta de transparência na operação.
O documento foi articulado nessa quarta-feira (18) pelo deputado Sebastião Melo (MDB) e serviria inicialmente para pressionar o governo do Estado a desistir da venda, que estava em curso desde o dia 10. Como o governo cancelou a operação nesta quinta-feira (19), o grupo aproveitou a articulação política para avisar o governo que novas investidas sobre as ações do Banrisul serão contestadas.
— É para o governo não repetir. A iniciativa do governo foi tão descabida que uniu do PSOL ao PSL, do Novo ao PDT — disse Fábio Ostermann (Novo).
No texto, o grupo diz reconhecer a "decisão correta" do governo Eduardo Leite de cancelar a venda das ações, anunciada ao mercado na manhã desta quinta-feira (19).
— É um ato de grandeza do governador. Teve grandeza política e cancelou a venda — avaliou Melo.
No manifesto, os deputados dizem ainda que, se vendesse as ações, o governo "abriria mão de uma fonte de renda permanente", em referência ao dinheiro que o Executivo injeta no seu cofre anualmente por ser o acionista majoritário do Banrisul.
Na manhã desta quinta-feira (19), em entrevista coletiva, o governador afirmou que "não se visualiza no curto ou médio prazo" repetir a tentativa de venda de ações do banco. Na entrevista, também afirmou que "nenhuma ação está descartada" para o banco.