A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) é mencionada por especialistas como exemplo de estatal que buscou formas alternativas para investir, melhorar eficiência e atender às demandas da sociedade, aproveitando a expertise e capacidade financeira do setor privado.
— A Compesa firmou contratos de concessão ou de PPP parciais, também de locação de ativos. Tudo com vistas a viabilizar a companhia e atender a seus usuários — comenta o consultor em saneamento Sergio Coelho da Silva.
Fundada em 1971, é uma sociedade anônima de economia mista que tem o governo de Pernambuco como maior acionista. Hoje, atende 95% dos municípios. Fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 109 milhões. A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) elogia a capacidade de investimento, sobretudo nos municípios pequenos.
— Fosse privada, visaria somente o lucro. Como é estatal, abraça os municípios pequenos também. A maior dificuldade é no fornecimento de água, algo que tem muito pouco aqui —avalia o presidente da Amupe, José Patriota.
À frente da Compesa desde agosto, Manuela Marinho diz que a empresa vem apostando em estrutura de gestão de resultados e compliance, auditorias internas e desenvolvimento de áreas de obras e projetos. Para driblar a escassez de água, tem executado obras de transposição de bacias.
— Temos a menor disponibilidade hídrica per capita do país e trabalhamos sempre para buscar recursos que minimizem esse problema — sublinha a presidente.
A Compesa mantém operações de crédito com o instituições de fomento, como Bird e BID, Caixa e Banco do Nordeste. Uma PPP de 2016 envolve R$ 6,7 bilhões e deve elevar de 35% para 90% o esgotamento sanitário na região metropolitana de Recife até 2037.
— Cada vez mais é necessária, para a sustentabilidade do negócio, essa junção dos setores público e privado. E as agências reguladoras têm papel fundamental nesse processo, tranquilizando os clientes em relação à manutenção de tarifa e sobre a obrigação de promover melhorias em cidades do interior — ressalta Manuela.