O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse nesta segunda (1º) que a companhia mantém o interesse em vender sua fatia na Braskem, mesmo após o fracasso das negociações entre sua sócia Odebrecht a a suíça LyondellBasell.
Em palestra para empresários no Rio de Janeiro, o presidente da estatal disse que a participação na Braskem "não faz nenhum sentido". A Petrobras tem 36,1% da petroquímica, enquanto a Odebrecht tem 38,3%. Os 25,5% restantes estão nas mãos de minoritários.
A Odebrecht tentou vender sua fatia para a LyondellBasell, mas as negociações foram suspensas no início de junho. A Petrobras esperava o fim das conversas para avaliar o exercício do direito de venda também de sua fatia à empresa suíça.
Investigada pela Operação Lava-Jato, a petroquímica corre o risco de se retirada da Bolsa de Valores de Nova York por atraso na entrega de informações financeiras. As negociações estão suspensas desde maio e a empresa terá um recurso analisado em outubro.
Após o fracasso nas negociações para a venda da Braskem, a Odebrecht pediu à Justiça recuperação judicial, o maior processo da história, para tentar lidar com uma dívida de R$ 98,5 bilhões.
A Petrobras decidiu sair do setor petroquímico ainda na gestão Pedro Parente. Entretanto, com o início das negociações entre Braskem e LyondellBasell, a companhia chegou a admitir permanecer no negócio durante a gestão Ivan Monteiro, para se tornar sócia da gigante suíça.
Após a posse de Castello Branco, porém, a decisão de deixar o setor foi reafirmada. O presidente da estatal propõe acelerar o programa de venda de ativos para pagar dívida e focar na exploração do pré-sal. Na sexta (28), divulgou prospectos de venda de quatro refinarias.
Conforme o executivo, até o início de agosto a empresa deve lançar o prospecto de outras quatro. A meta é vender as oito refinarias em até dois anos, mantendo apenas a atuação de cinco unidades localizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.