Em discurso de 15 minutos antes de anunciar o resultado da votação em plenário da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), alfinetou o governo de Jair Bolsonaro e reivindicou para o centrão a responsabilidade pela aprovação das mudanças na aposentadoria.
A reforma foi aprovada por um placar bem mais elástico que o esperado pelo governo: foram 379 votos a favor — 71 a mais que o mínimo esperado —, e 131 contra.
Em discurso, Maia, que assumiu o protagonismo de costurar os acordos para aprovar a reforma, fez um reconhecimento ainda do papel do chamado centrão no processo.
O grupo é formado por DEM, PP, PSD, PR, PTB, PRB, Pros, Podemos, Solidariedade, entre outras siglas menores.
— O centrão, essa coisa que ninguém sabe o que é, mas é do mal, mas é o Centrão que está fazendo a reforma da Previdência, esses partidos que se dizem do Centrão — disse.
— Muitas vezes, os nossos líderes são desrespeitados, às vezes na imprensa, criticados de forma equivocada, mas são esses líderes que estão fazendo as mudanças do Brasil — disse.
Maia, ovacionado, qualificou o momento como "histórico", disse que o sistema previdenciário brasileiro é injusto e reconheceu divergir de alguns pontos aprovados no texto-base.
— O meu texto não teria regra de transição nem para os servidores públicos nem para a Polícia Federal, mas existem muitos representantes dos servidores públicos aqui, e alguma transição foi construída — afirmou.
Maia aproveitou ainda para indicar as próximas prioridades legislativas, a reforma tributária e as mudanças na administração pública.
— Nós sabemos que o plano de cargos e salários do serviço público de 2005, do Poder Judiciário, que contaminou os três poderes, acabaram as carreiras. Todos ganham, entram ganhando, quase o teto do serviço público.