SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Itaú prevê que a economia brasileira crescerá apenas 1% em 2019, menos do que o avanço de 1,1% registrado em 2018.
Na semana passada, o Bradesco havia cortado sua estimativa para 1,1%, consolidando a expectativa de que a economia terá mais um ano perdido.
A projeção anterior, divulgada há um mês pelo Itaú, era de avanço de 1,3%. Em janeiro, a previsão era de crescimento de 2,5%, percentual que foi reduzido para 2% em fevereiro.
Além disso, o banco cortou a projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2020 de 2,5% para 2%.
"Acreditamos que o crescimento do PIB poderá acelerar para 2% no próximo ano, após corte da taxa Selic para 5,5%", escreveu o Itaú em nota.
O banco espera que a Selic terminará o ano em 5,75% e que haverá um corte adicional para 5,5% no começo de 2020. A taxa básica de juros está em 6,5% desde março do ano passado.
Segundo o Itaú, ela não está em nível estimulativo o bastante para levar a economia a crescer mais de 1%.
O Banco Central tem mantido a taxa apesar da fraqueza da atividade econômica por considerar que novos cortes dependem da aprovação da reforma da Previdência.
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que altera as regras de aposentadorias e pensões está neste momento em discussão na comissão especial na Câmara. O texto já passou pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa.
O Itaú disse ainda que a inflação deverá terminar este ano e o próximo em 3,6%, patamar abaixo do piso da meta, que é de 4,25% neste ano.
Em 2020, a meta de inflação foi fixada em 4%.
"Entre os fatores que contribuem para a dinâmica benigna da inflação neste ano, destacam-se a inércia favorável, expectativas ancoradas e elevada capacidade ociosa da economia", afirmou o banco.
O corte na projeção de crescimento de 2019 está associado à revisão nas estimativas do primeiro trimestre: o Itaú trabalhava com queda de 0,1%, que foi para 0,2%.
O número será divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no fim deste mês.
"A confiança do empresário não se recuperou em abril, após forte queda em março, e a criação de empregos está desacelerando --fatores que nos levam a crer que a incerteza associada à implementação de reformas tem pesado em alguma medida sobre a atividade econômica", afirmaram os economistas do banco.
A taxa de desemprego no Brasil fechou em 12,7% no trimestre encerrado em março, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). São 13,4 milhões de pessoas sem trabalho.
O Boletim Focus, publicado pelo Banco Central e feito com base em consultas a analistas de mercado, também vem reduzindo a projeção de crescimento da economia. Ela passou de 2,53% em janeiro para 1,49 na primeira semana de maio.