A BR Distribuidora informou nesta quinta-feira (16) que começará a testar na próxima semana o Cartão Caminhoneiro, produto anunciado em meio ao risco de greve dos transportadores autônomos no fim de março deste ano. O produto funcionará como um cartão pré-pago para a compra de óleo diesel a preço fixo por 30 dias.
Em nota, a distribuidora, subsidiária da Petrobras, disse que os caminhoneiros terão que pagar uma taxa — cujo valor não foi informado — para realizar as compras.
"O crédito em litros de diesel também pode ser revertido a qualquer tempo para reais, dentro dos 30 dias, descontando-se uma taxa cujo valor será previamente informado aos usuários" disse a empresa.
Na semana passada, o presidente da BR, Rafael Grisolia, havia anunciado a investidores que o cartão seria um "produto de mercado".
O objetivo da proposta é garantir que caminhoneiros tenham mais previsibilidade ao fechar contratos de frete, comprando a quantidade necessária de combustível sem exposição a reajustes de preços nas bombas.
A criação do produto foi divulgada primeiro pela Petrobras, mas depois anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro como uma medida de apoio do governo federal aos caminhoneiros, que ameaçavam com nova greve como a que paralisou o país por duas semanas em maio de 2018.
A BR diz que os primeiros testes serão feitos com cerca de cem motoristas e em postos da rede Siga Bem Caminhoneiro. "Tão logo seja concluída essa fase de forma positiva, a BR irá lançar o produto em larga escala", afirmou a companhia.
"Entendemos que existe uma oportunidade de mercado e conseguimos desenvolver uma solução segura e viável economicamente. É um produto que gera valor para a BR, nossos revendedores e caminhoneiros", disse, no comunicado, o diretor executivo de Rede de Postos e Varejo da Petrobras Distribuidora, Marcelo Bragança.
Também na semana que vem, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende abrir crédito para a manutenção de caminhões, outra promessa de Bolsonaro à categoria. São empréstimos de até R$ 30 mil para transportadores com até dois caminhões e cooperativas.
A princípio, serão R$ 500 milhões, mas o presidente do banco, Joaquim Levy, disse que pode dobrar o valor disponível caso haja demanda pelo produto.