Depois de determinar a retirada do ar de um comercial do Banco do Brasil (BB), o presidente Jair Bolsonaro irá definir uma diretriz para elaboração e contratação de propagandas por órgãos e empresas ligados ao governo. O porta-voz da presidência da República, general Rêgo Barros, disse que a medida servirá para unificar o discurso. Ele negou que isso signifique censura.
— Quando você estabelece politicas, estratégias e planos, é porque você confia na ponta da linha — argumentou o porta-voz.
Ainda segundo Rêgo Barros, a diretriz de forma mais ampla será definida pelo próprio presidente.
— Existe uma diretriz, vamos imaginar que seja no plano politico mais alto, que é o presidente da República. Em consórcio com a Secretaria de Governo/Secom ela é confirmada. A partir desses trilhos, na ponta da linha as empresas e ministérios estabelecerão os pressupostos para contratação de propagandas — explicou.
Estrelado por atores negros e brancos, o comercial retirado do ar pelo BB representava a diversidade racial e sexual do País. O desgaste envolvendo o tema também gerou a demissão do diretor de Comunicação e Marketing do banco, Delano Valentim.
Após a repercussão sobre o tema, a Secretaria de Governo emitiu comunicado reconhecendo que o governo não deveria intervir em anúncios mercadológicos das estatais. No final de semana, no entanto, Bolsonaro reforçou a convicção sobre sua atitude.
— Quem indica e nomeia presidente do Banco do Brasil, sou eu? Não preciso falar mais nada então. A linha mudou, a massa quer respeito à família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma e nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira — disse, durante visita a um bairro do Distrito Federal.