Pela primeira vez na história, a bolsa de valores de São Paulo (B3) rompeu, na tarde desta segunda-feira (18), a barreira dos 100 mil pontos durante uma sessão. No entanto, perdeu fôlego em seguida e encerrou o dia em 99.993 pontos, alta de 0,86%. Ainda assim, a marca representa o novo recorde de fechamento da bolsa.
Embora não tenha efeitos práticos por si só, a pontuação ilustra o otimismo do mercado financeiro com a condução da política econômica do governo federal, especialmente em relação à proposta de reforma da Previdência.
A variação do Ibovespa é calculada com base no desempenho das ações das principais empresas listadas no mercado financeiro.
— A marca é simbólica. E o que o cidadão ganha com isso? A bolsa acima dos 100 mil pontos mostra que há expectativa de que a economia ganhará mais tração. As empresas brasileiras estão valendo mais na bolsa. Ou seja, espera-se que tenham melhores resultados daqui para frente — observa o economista Silvio Campos Neto, sócio da consultoria Tendências.
A reforma da Previdência agrada ao mercado financeiro porque, segundo a visão de analistas, poderá aliviar as contas do país, abrindo mais espaço para atração de investimentos. Campos Neto explica que a euforia na bolsa ainda não é verificada com o mesmo vigor em outros setores em razão da "dinâmica" da economia.
Esse descompasso, diz o especialista, está relacionado ao fato de que o mercado financeiro busca antecipar cenários, que podem ou não se concretizar. Ou seja, a eventual melhora ou piora na bolsa leva mais tempo para alcançar indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB).