A produção industrial subiu 5,5% no Rio Grande do Sul em 2018. Com o resultado, as fábricas gaúchas tiveram a segunda alta mais expressiva dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço do Estado foi o segundo consecutivo e, em termos percentuais, o maior desde 2013, quando o setor havia saltado 7,6%.
Divulgados nesta sexta-feira (8), os dados mostram que apenas o Pará (9,6%) apresentou crescimento superior ao gaúcho no acumulado anual. Conforme o IBGE, houve alta na produção industrial em 11 dois 15 locais pesquisados em 2018. O avanço da média nacional foi de 1,1%, inferior à elevação de 2,5% em 2017.
Analista do IBGE responsável pelo levantamento, Bernardo Almeida explica que o desempenho gaúcho, assim como verificado em outras regiões do Brasil, teve relação com a base fraca de comparação deixada pela crise econômica. No Estado, as maiores altas foram registradas no setor de celulose e papel (35,1%) — a Celulose Riograndense, em Guaíba, retomou a produção após parada em 2017 — e no segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias (26,2%), abalado pela recessão.
Apesar do resultado positivo no acumulado de 2018, a produção industrial gaúcha caiu 3,6% em dezembro, ante novembro. No país, houve leve avanço de 0,2%. Frente a dezembro de 2017, o Rio Grande do Sul registrou baixa de 2,5%, e o Brasil, redução de 3,6%.
— Com a crise, a base de comparação ficou mais fraca em todo o país. Mesmo com a alta em 2018, a indústria ainda está longe do patamar de antes da recessão. A greve dos caminhoneiros provocou desorganização em diversos locais no ano passado. Outros fatores que tiveram impactos foram as incertezas políticas e as dificuldades que seguem no mercado de trabalho — acrescenta Almeida.
No acumulado de 2018, depois de Pará e Rio Grande do Sul, a terceira maior alta ocorreu no Amazonas (5,2%). No sentido contrário, Goiás teve queda de 4,5% na produção, seguido pelas baixas de 1% em Minas Gerais e de 0,9% no Espírito Santo.