O perfil de cada empresa
Embraer
Terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, atrás de Boeing e Airbus. A área responde pela maior parte do faturamento, com mais de 1,7 mil aeronaves em operação, vendidas para cerca de cem companhias de 60 países. É líder em jatos comerciais de até 130 assentos, usados em voos de até 3,7 mil quilômetros. É a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. Na aviação executiva, soma mais de mil jatos comercializados para mais de 70 países. No segmento de defesa, produz aeronaves como o Super Tucano e o cargueiro KC-390.
Boeing
É a maior empresa aeroespacial do mundo, líder em jatos comerciais, especialmente para longas viagens. Fabrica ainda aeronaves militares (helicópteros, caças e bombardeiros), satélites e sistemas eletrônicos de defesa, entre outros. É a maior exportadora de produtos manufaturados dos Estados Unidos. Tem como clientes companhias aéreas e governos de mais de 150 países.
Nova companhia
O resultado da fusão será uma empresa chamada provisoriamente de NewCo
O projeto do cargueiro
Também será formada joint venture (nova empresa com sociedade dividida) específica para comercializar os cargueiros militares KC-390. A aeronave é considerada um dos produtos mais promissores da Embraer neste setor.
Fica como está
As áreas de aviação executiva e segurança continuam com a Embraer. Não entram no negócio.
Estágio da negociação
O presidente Jair Bolsonaro confirmou o aval à fusão no último dia 10. Era um passo necessário porque a União tem a golden share, ação especial que dá direito a veto em decisões da Embraer consideradas estratégicas.
Próximos passos
Assembleia de acionistas deve sacramentar o acordo no dia 26 de fevereiro, permitindo a assinatura dos últimos documentos pelas duas empresas. Depois, restará esperar o parecer de autoridades reguladoras da concorrência no Brasil e nos países em que a Embraer atua, o que deve sair até o final de 2019.
Argumentos a favor
As empresas se complementariam. A Boeing passaria a atuar no segmento de aeronaves para voos curtos e médios, o forte da Embraer. A brasileira eliminaria riscos de a americana entrar sozinha nesse mercado, acirrando a concorrência, ainda que tivesse de desenvolver do zero seus produtos.
Argumentos contrários
Partidos e movimentos sindicais afirmam que o negócio fere a soberania e a segurança nacional, com a transferência de tecnologia à empresa americana. Há temor de demissões. Apesar de ter dado aval à negociação, Bolsonaro chegou a criticar a possibilidade de os 20% restantes da Embraer serem repassados à Boeing no futuro.