O Natal presenteou o comércio com números positivos em 2018. No Rio Grande do Sul, as vendas relacionadas à data subiram 6%, em média, em relação ao ano passado, aponta a Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), presente em cerca de 120 cidades. Em Porto Alegre, o avanço ficou em 8,8%, informa o Sindicato dos Lojistas do Comércio da Capital (Sindilojas Porto Alegre). Conforme ambas as instituições, os resultados são os maiores desde 2014.
No país, o desempenho natalino também ficou no azul. Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que as vendas a prazo cresceram 2,66%, na comparação com 2017, o resultado mais elevado em cinco anos. Dentro dos shoppings, os negócios subiram 5,5%, afirma a Alshop, que representa os estabelecimentos no país.
Para lideranças empresariais, um dos fatores responsáveis pelo avanço nas vendas é a confiança em relação ao desempenho da economia nos próximos meses. Em dezembro, o índice que mede esse sentimento entre os consumidores brasileiros alcançou o maior nível desde março de 2013, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
— O Natal foi bem positivo. A confiança do consumidor é tudo o que precisamos. Com isso, as expectativas de empresários também sobem. A movimentação de Natal ainda não acabou, porque o comércio vive agora a questão das trocas de produtos — avalia o presidente da AGV, Ricardo Luís Diedrich. — A tendência é iniciar bem o próximo ano — completa.
Conforme a AGV e o Sindilojas Porto Alegre, entre os produtos que mais despertaram o interesse dos consumidores gaúchos no Natal estão peças de roupa, calçados, brinquedos e eletrônicos, como smartphones.
— No começo de 2018, o comércio já vinha com perspectiva de crescimento, que foi interrompida pela greve dos caminhoneiros, em maio. Depois das eleições, o otimismo subiu. O comércio está se movimentando, há procura de empresários por novos investimentos — menciona presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse.
O dirigente acrescenta que o desempenho do setor nos próximos meses dependerá, em parte, das sinalizações do futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL). Para Kruse, o presidente eleito tem de buscar a realização de reformas como a da Previdência, que emperrou durante o mandato de Michel Temer. Na avaliação do empresário, medidas que busquem reequilibrar as contas públicas são necessárias para dar novo fôlego à confiança no país.
— Para o comércio vender mais, é preciso que a indústria também venda mais. Toda a cadeia produtiva dependerá das medidas que serão tomadas pelo novo governo — pontua Kruse.
Ajuda do 13º
A AGV afirma que o valor médio dos presentes de Natal ficou entre R$ 80 e R$ 90 no Rio Grande do Sul. Segundo a entidade, as vendas ganharam fôlego após o dia 20, com a proximidade da data festiva e o empurrão da segunda parcela do 13º. A AGV avalia que, nesta quarta-feira (26), 80% do movimento no varejo esteve relacionado à troca de presentes.