Especialistas projetam que o mercado de trabalho até poderá apresentar melhora em 2019, embora o cenário ainda aponte para dificuldades. A avaliação está ancorada na leitura de que a economia brasileira está em processo de retomada, mas em nível aquém do esperado depois da recessão.
– Da metade para o fim de 2017, houve melhora no mercado de trabalho, mas que ainda é lenta e muito concentrada no setor informal. Não houve movimento mais consistente de subida nos empregos com carteira assinada – observa o pesquisador Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
No curto prazo, há sinais que podem servir de alívio. Em dezembro, datas como o Natal costumam incentivar novas contratações, mesmo que temporárias, em setores como o de serviços e o comércio.
– O final de ano tende a apresentar reforço nos empregos. Mas a reação no mercado dependerá, principalmente, do maior aquecimento da atividade econômica e das sinalizações do novo governo para que as empresas se sintam mais estimuladas a investir e contratar – pontua a economista Virginia Donoso, pesquisadora da UFRGS.
No fim de novembro, após cerca de dois anos afastado do mercado formal, Guilherme Borges, 24 anos, comemorou a conquista de uma vaga temporária com carteira assinada em um supermercado de Porto Alegre. A oportunidade como atendente no local dá ânimo ao jovem depois do período em que realizou somente atividades informais para pagar suas contas.
Para quem encara a fila do desemprego, especialistas recomendam a busca por maior qualificação. Coordenadora do departamento de relações com o mercado de trabalho da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), Ana Rosa Fischer lembra que há opções de cursos gratuitos para interessados incrementarem sua formação.
– Em períodos de dificuldades, a recolocação no mercado exige esforço maior. É um problema macro. É importante entender que não foi a pessoa que o causou. A culpa não é dela – sublinha Ana.