A ação da fabricante de automóveis japonesa Nissan caiu mais de 6% na Bolsa de Tóquio, no Japão, no dia seguinte à prisão do diretor brasileiro Carlos Ghosn. O ex-CEO e atual presidente do Conselho de Administração foi detido por suspeita de irregularidades na declaração de lucros. Segundo as investigações internas da fabricante de automóveis, o executivo brasileiro afirmou ter recebido menos do que realmente recebeu – ele teria reduzido os ganhos em 33%.
Às 00h10 GMT (22h10 de segunda-feira no Brasil), as ações da Nissan caíam a 940 ienes (R$ 31,36), em um retrocesso de 6,5%, enquanto que a Mitsubishi Motors, também presidida por Ghosn, caía 6,8%, valendo 680 ienes (R$ 22,68).
Ghosn deverá ser demitido pelas duas empresas japonesas. A montadora francesa Renault, que também tem o brasileiro no seu rol de diretores, indicou que o conselho administrativo se reunirá "o mais rápido possível" para decidir sobre o futuro de Ghosn, mas está à espera de "informações precisas" para tomar uma decisão. Na Bolsa de Valores de Paris, as ações da Renault caíram 8,43%, valendo 59,06 euros (R$ 253,89).
Analistas do mercado automobilístico afirmaram que Carlos Ghosn atuava como o "cimento que juntava" a aliança dos grupos Renault, Nissan e Mitsubishi. Segundo a Nissan, Ghosn "declarou durante anos renda inferior ao valor real, e várias outras práticas ilícitas foram descobertas, como o uso de bens da empresa com fins pessoais".