Os resultados da quinta edição do Índice de Desenvolvimento Estadual-RS (iRS), que mede a qualidade de vida nos Estados brasileiros, foram apresentados na manhã desta terça-feira (7), na sede do Grupo RBS, em Porto Alegre. O estudo aponta que os gaúchos perderam uma posição na lista das 27 unidades da federação. Em 2016, o segundo ano consecutivo de recessão econômica, o Rio Grande do Sul caiu para o quinto lugar do ranking, sendo ultrapassado pelo Paraná.
O iRS é fruto de parceria entre Zero Hora e PUCRS, com apoio institucional da Celulose Riograndense. Na pesquisa, o desempenho das unidades da federação é avaliado em três dimensões: padrão de vida, educação e, reunidas, longevidade e segurança.
Coordenador do estudo, o professor da Escola de Negócios da PUCRS Ely José de Mattos conduziu a apresentação dos dados. Segundo o pesquisador, o iRS se destaca por ter foco nas pessoas, além de facilidade de compreensão e transparência, já que as informações usadas constam em bases públicas.
— Mais do que apontar resultados, o índice provoca debates. Em 2016, o Estado perdeu uma posição no ranking geral. Com a apresentação dos resultados, somos convidados a avaliar por que isso aconteceu aqui no Rio Grande do Sul — afirmou Ely.
A variação do iRS vai de zero e um. Quanto maior o índice, melhor o desempenho dos Estados. Entre 2015 e 2016, o indicador geral gaúcho recuou de 0,645 para 0,630. O Rio Grande do Sul ainda perdeu posições em duas das três dimensões observadas pelo estudo. Em educação, área em que está mais longe do topo, caiu do nono para o 11º lugar, ficando abaixo da média nacional. Em longevidade e segurança, passou da terceira para a quinta colocação.
A vice-presidente de Produto e Operações do Grupo RBS, Andiara Petterle, destacou que o iRS permite o acesso a informações que podem contribuir para a resolução de problemas e, consequentemente, auxiliar na transformação da realidade do Estado.
— Criamos o indicador no aniversário de 50 anos de Zero Hora, porque, na época, não tínhamos todos os dados necessários para avaliar o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. O iRS traz informações sólidas. A metodologia permite medir tendências e propor uma agenda positiva de ações para melhorar a vida real das pessoas — sublinhou Andiara.
O diretor-geral da Celulose Riograndense, Mauricio Harger, também ressaltou que as conclusões da pesquisa podem auxiliar na atuação do poder público:
— Dentro da empresa, costumamos dizer que o que é medido muda. O iRS aponta dados para que os governos possam atuar. De maneira geral, o Estado precisa da melhora em seus indicadores.
Conforme Ely, ainda não é possível definir qual foi o desempenho do Rio Grande do Sul em 2017 devido à ausência de dados completos na maioria das variáveis observadas. Apesar disso, o pesquisador relatou que a tendência é de que o Estado não consiga reverter a queda de 2016 já na próxima edição do indicador.
— O que puxou a baixa em educação foi a alta na distorção idade-série no Ensino Médio. Em 2016, a taxa subiu para 30,6%. Ou seja, em uma sala de aula, três entre 10 estudantes estavam atrasados. O dado de 2017 já está disponível e indica que a taxa avançou para 33,3%. Então, não acho que o Estado conseguirá reverter a queda de 2016 no próximo iRS. E há risco de ficar em um pelotão intermediário — salientou Ely.
Os resultados do iRS serão aprofundados e debatidos no próximo dia 21, durante fórum no auditório da Escola de Negócios da PUCRS, em Porto Alegre. O evento, das 8h30min às 12h, será aberto ao público. As inscrições, gratuitas, serão realizadas nos próximos dias.