A divulgação da homologação do plano de recuperação judicial da Ecovix, que foi anunciado nesta segunda-feira (21), gerou expectativa positiva nos líderes de alguns setores de Rio Grande, no sul do Estado. A hipótese de geração de empregos e investimentos na cidade é a maior das esperanças para que o município reviva a época positiva do Polo Naval.
O plano, que em valores é o maior pedido de recuperação da história no Estado, proporciona à Ecovix dois anos para encontrar investidores e formar a Unidade Produtiva Isolada (UPI), com o estaleiro podendo receber novas atividades, como reparos de embarcações e plataformas petrolíferas. A empresa ainda cogita operações portuárias, mas, para movimentar cargas, o complexo precisará da autorização de órgãos reguladores do setor.
O prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) mostrou-se empolgado com as possibilidades futuras de uma reativação do estaleiro para a atividade naval em Rio Grande.
— Recebemos com felicidade essa informação, quanto à homologação da recuperação judicial, principalmente pelo fato de que para futuros negócios junto à Ecovix os possíveis interessados terão a segurança jurídica necessária para poderem empreender e, consequentemente, nós vermos de forma real a retomada da atividade naval no estaleiro — comentou.
O presidente da Câmara do Comércio de Rio Grande, Carlos Bacchieri, considera positiva a notícia da homologação.
— Todo o empresariado local queria uma boa notícia sobre esse patrimônio abandonado. É um avanço, não tenho detalhes sobre os próximos passos, mas imagino que é um avanço e a partir daí a empresa poderá fazer algo. Não pode um patrimônio desse porte, maior dique da América do Sul, ficar enferrujando na beira do cais —disse.
Bacchieri lembrou ainda que a Câmara do Comércio sempre teve uma boa relação institucional com a Ecovix e afirmou que ambos sempre estarão alinhados a tudo que envolve o setor no município.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município, Igor Klinger, trata a notícia como "luz no fim do túnel", principalmente pelo resgate da autoestima.
— Acredito que todos os lojistas comemoraram, mas sabemos que não irá voltar ao que era antes. É uma luz no fim do túnel, mas o principal é que os lojistas estão com os pés no chão e sabendo da real situação do Polo Naval. Esta notícia serve mais como estímulo, serve para aumentar a autoestima do comércio em relação a Rio Grande — disse.
Mais contido, o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande e São José do Norte, Sadi Machado, comemorou a notícia, mas acredita que é necessário ter bastante cautela para garantir que tudo seja colocado em prática.
— Isso não será de uma hora para outra. A recuperação, se der certo, vai demorar e será de forma gradativa. O Sindicato vê com bons olhos essa notícia da recuperação judicial, mas temos que ter cautela, para saber se de fato isso tudo será colocado em prática — afirmou.