Cachoeira do Sul, no centro do Estado, contabilizou o pior mês de maio no quesito geração de empregos com carteira assinada. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontaram que, no mês passado, foram cortados 406 postos de trabalho. A situação deixa em alerta o município de 85,6 mil habitantes que tem sua economia, em mais de 70%, puxada pelo agronegócio. Sobre a expressiva perda de oportunidades, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ronaldo Tonet, explica que dois fatores contribuíram para esse preocupante saldo:
— Houve uma antecipação nas demissões em decorrência de fatores sazonais. Tivemos o fim da colheita da noz-pecã e, com isso, os cortes. Além disso, houve a necessidade de um ajuste muito severo e expressivo, por parte do comércio, que teve que fazer mais de cem demissões.
Ainda conforme os dados do Caged, no mês passado, foram cortados de 111 vagas no setor do comércio e outras 285 junto à agropecuária. Levantamento feito por GaúchaZH mostra que esse foi o pior maio em 10 anos. Até então, apenas nos anos de 2016, 2015 e 2013 se teve um fechamento de vagas tão expressivo, respectivamente, com -124, -165 e –151 para o mês de maio. Os setores do comércio e da agropecuária puxaram os números para baixo.
No recorte feito pela reportagem, os anos de 2017, 2011 e 2007 foram os três momentos em que o maio teve saldo positivo na abertura de empregos com carteira assinada. As vagas abertas, neste período, foram capitaneadas pela agropecuária.
Indústrias e investimento
A prefeitura ainda é a maior empregadora do município com 2,4 mil servidores. Para este ano, a previsão orçamentária do Executivo é de R$ 291 milhões. No setor privado, as duas maiores indústrias são a Granol – que retomou, em abril deste ano, a produção de biodiesel com soja – e a Screw, que é do segmento metal-mecânico. As duas indústrias, juntas, empregam cerca de 500 pessoas.
A prefeitura está, agora, no aguardo para o começo das obras da construção da sede da Todeschini. O investimento da empresa, que é da Serra, deve chegar a R$ 100 milhões e começou a ser tratado ainda em 2014. Há cerca de 45 dias, a Fepam emitiu a licença prévia. Agora, se está no aguardo da licença de instalação. O que possibilitará a construção de duas indústrias: uma de beneficiamento de madeira (para exportação) e, outra, dos chamados "pellets" de madeira, cuja produção se dá por meio do aproveitamento da serragem e de outros resíduos de serrarias e moveleiras.
A projeção é que a Todeschini esteja com a obra concluída em 2019 e o começo das atividades se dá em 2020. São esperados, no mínimo, 85 empregos diretos.