A abertura de 24.938 vagas de trabalho formal no primeiro trimestre eleva a confiança de empresários da indústria de transformação gaúcha. Mas a reação ainda não é vista como uniforme dentro do setor.
– Há sinais de crescimento na geração de empregos. Mas a indústria ainda não apresenta tendência firme que permita dizer que a nave já tenha decolado – define o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Ribeiro.
Entre janeiro e março, o maior saldo de abertura de postos dentro do setor foi registrado por companhias que trabalham com mercadorias como fumo e borracha. A criação de 9.372 vagas nesse segmento, ponderam especialistas, está relacionada a questões sazonais.
O pódio dos principais avanços na indústria tem, em segundo lugar, o grupo de empresas calçadistas, que geraram 5.225 postos de trabalho no primeiro trimestre. Em seguida, aparecem as fábricas de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico, com saldo positivo de 3.163 novos empregos.
– Há segmentos que apresentaram reação, como o calçadista, por conta das exportações – ressalta Ribeiro.
Especialistas assinalam que, apesar do avanço no primeiro trimestre, parte da indústria ainda apresenta elevado nível de ociosidade. Isso significa que, no momento, essas companhias podem represar investimentos e, consequentemente, operar sem a necessidade de contratar novos trabalhadores.
– A retomada é lenta e gradual no mercado de trabalho. O cenário tende a melhorar desde março, até porque a economia esteve por muito tempo em retração. O juro baixo é um aspecto que pode ajudar as empresas e os consumidores nos próximos meses – observa Ribeiro.
Entre janeiro e março, o Rio Grande do Sul criou 43.771 empregos formais. O saldo de 313.743 contratações e 269.972 demissões é o maior para o primeiro trimestre desde 2014. À época, o Estado havia aberto 50.848 vagas com carteira assinada, aponta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Atrás da indústria de transformação no ranking dos resultados mais elevados, aparecem serviços (10.271) e agropecuária (6.094). No sentido contrário, o comércio fechou 1.281 postos de trabalho, o pior desempenho setorial.