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A perspectiva do mercado de veículos é animadora no Rio Grande do Sul. Conforme dados apurados pelo braço local da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave-RS), foram emplacados 57,6 mil veículos nos quatro primeiros meses deste ano no Estado, o que representa um aumento de 21,1% com relação ao mesmo período de 2017. No país, o número também foi positivo, inferior ao gaúcho: 17,65% de crescimento.
O índice, segundo o diretor-geral da entidade e presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv) no Estado, Fernando Esbroglio, representa uma tendência de melhora nas vendas em 2018. Ainda que, em abril, na comparação com o mês anterior, tenha havido uma queda de 3,66% nos emplacamentos.
— Vamos ter meses melhores e um pouco piores, mas o fato é que o mercado melhorou um pouco e teremos resultados bem mais satisfatórios ao final do ano — projeta Esbroglio.
Ainda segundo ele, a evolução vem sendo gradativa desde 2015, mas pequena. Em 2017, por exemplo, o aumento acumulado foi de 4,69%. A expectativa para 2018 é mais animadora: as entidades projetam fechar o ano com crescimento entre 15% e 18%.
Entre as explicações para os números positivos, segundo o dirigente, está o bom desempenho do mercado agrícola, bastante representativo no PIB gaúcho, e uma melhora geral na economia, que também ajuda a alavancar a venda de veículos.
— Em função dos anos ruins, muita gente não trocou de carro. Por isso, começa-se a ter uma necessidade de substituição da frota, que envelhece naturalmente e começa a exigir a troca — aponta Esbroglio.
A maior participação nesse mercado é dos automóveis e comerciais leves (principalmente caminhonetes), que representaram quase três quartos do total emplacado de janeiro a abril (74,9%) no Estado, com 43,1 mil veículos — um aumento de 20,7%.
No entanto, outros dois segmentos chamaram a atenção: o de caminhões, que cresceu 53,2%, e o de implementos agrícolas, com variação de 47,3%, confirmando o impacto das atividades agrícolas no mercado gaúcho. Principalmente o resultado no setor de caminhões empolga o diretor-geral da Fenabrave:
— Automóvel tu podes comprar por emoção, vontade, conforto, capricho, etc. Mas caminhão tu só compras por necessidade — pontua ele, acrescentando que isso é um reflexo de toda a economia do Estado.
— Quando tu tens um crescimento desse porte na venda, é porque a necessidade de entregas está aumentando, e isso é muito bom. Significa que a economia está te pedindo mais transportes — afirmou, ressaltando que esse aumento se dá principalmente no Interior, onde concentram-se as atividades agrícolas.
RS é o 6º no país
Ainda que tenha registrado esses números positivos, o Rio Grande do Sul é o sexto Estado em numero de emplacamentos em 2018. Com 5,2% do total no país, de 1,1 milhão. Está atrás de São Paulo (1º colocado), Minas Gerais (2º) e Rio de Janeiro (4º), que são maiores em termos populacionais, mas também de menores, como Paraná (3º) e Santa Catarina (5º).
— É um dado que não nos anima, significa que os outros Estados estão economicamente melhores que a gente — pontua Esbroglio.
Segundo a Fenabrave, o Rio Grande do Sul perdeu posições em 2005, após a estiagem que derrubou o desempenho do setor primário e influenciou toda a economia. No setor de emplacamentos, o Estado caiu para a 5ª colocação. Desde março deste ano, caiu para o 6º lugar, ultrapassado por Santa Catarina.