O que era para ser apenas um trabalho de conclusão de curso de quatro acadêmicos se tornou, em pouco tempo, em uma ideia promissora. O projeto evoluiu e se transformou em uma exitosa startup. Assim nasceu a FOX IoT (internet of things, em inglês) – que está incubada dentro da Agência de Inovação e Transferência e Tecnologia (Agittec) – na Universidade Federal de Santa Maria. Prestes a completar dois anos, a empresa criada em junho de 2016 aposta em soluções tecnológicas para monitorar medicamentos de alto custo.
A empresa conta com quatro sócios, todos formados pela UFSM. Três deles são da Engenharia Elétrica – Filipe Gabriel Carloto, 23, Lucas Maziero, 26, William Vizzotto, 23 – e ainda Rafael Gomes, 24, que é Analista de Sistemas.
O carro-chefe do negócio aposta em um sistema de monitoramento de temperatura de medicamentos de alto custo e de biocomponentes – como sangue e derivados. Na prática, isso quer dizer que a FOX IoT oferece um combo. Ou seja, um plano de gestão e de segurança ao cliente que queira ter seu produto preservado. O monitoramento, que se vale de tecnologia de ponta, permite o controle e a análise em tempo real e 24 horas por dia.
— Nossos clientes hoje estão em Santa Maria. Atendemos, basicamente, clientes que tenham produtos que necessitem de uma temperatura controlada. Aí, nesse contexto, ofertamos nossos serviços para clínicas de análise laboratorial, hemocentros, farmácias, veterinárias e hospitais. O faturamento tem sido, desde o começo, 100% revertido para a startup — revela Filipe Gabriel Carloto.
Para este ano, a ideia é buscar clientes nas demais regiões do Estado. Embora a trajetória da startup seja recente, o plano inicial era oferecer um serviço de monitoramento de energia. Mas o alto custo de desenvolver um produto na área fez com que o quarteto virasse mudasse o foco da empresa. E a escolha se mostrou acertada, destaca Filipe Carloto, que afirma que Santa Maria e os municípios do entorno são potenciais clientes.
Referência
Recentemente, Filipe Gabriel Carloto esteve em Florianópolis, que tem um forte ambiente para inovação. Ele foi conhecer o Sapiens Parque, no norte da ilha, que surgiu nos anos 80 e fez com que a vocação empreendedora da capital catarinense ganhasse força nas últimas décadas por meio de cases de sucesso e associações de empresas atuantes.
— Há 20 anos, o PIB, no que diz respeito à tecnologia, era de apenas 1% em Santa Catarina. E, hoje, ele (PIB) representa quase 20%. É uma caminhada longa, mas que precisa ser iniciada e, mais, que tenha continuidade — avalia Carloto.
A comitiva, que além de Felipe da FOX IoT, tinha empresários de Santa Maria. A ideia é fazer com que o município possa se valer do Tecnoparque e das duas incubadoras (da UFSM e da Universidade Franciscana) para criar um ambiente de fomento à inovação, ao empreendedorismo e à tecnologia.
Confira, abaixo, a íntegra do SM de Negócios (22):