O diretor-presidente do Grupo CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, chegou a colocar seu cargo à disposição neste ano. A ação foi motivada pelo fato de o PSDB, partido ao qual é filiado, ter deixado a base do governo de José Ivo Sartori (PMDB). No entanto, nesta terça-feira (27), o diretor-presidente afirmou que, por orientação do Piratini, deverá seguir à frente da estatal.
— Ao longo do tempo, o que marca as administrações da CEEE é a descontinuidade. Estamos aqui há três anos sem trocas de gestão — pontuou Machado.
Em dificuldades financeiras, o braço de distribuição da companhia (CEEE-D) reduziu o prejuízo em 83% em 2017. O resultado negativo no ano passado caiu para R$ 87,5 milhões — em 2016, havia sido de R$ 527,1 milhões. Os números foram apresentados nesta terça-feira.
Presidente do Conselho Regional de Economia do RS (Corecon-RS), Rogério Tolfo avalia que a divisão de distribuição de energia demonstrou sinais de reação, embora o trajeto de recuperação das contas seja árduo. Para este ano, o economista frisa que a CEEE-D terá de seguir com medidas que visem reduzir os custos de operação, mas sem diminuir a qualidade dos serviços ao consumidor.
— Um balanço de uma empresa não pode ser analisado de maneira isolada. Em relação a 2016, houve melhoras significativas na CEEE-D. É claro que houve o ganho de receita com a transferência do imóvel da sede. Mas o mais importante é que a empresa mostrou capacidade para gerar caixa — observa Tolfo.
Ao lado de Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração (CRM), a CEEE está no grupo de estatais que o governo do Estado pretende privatizar. A venda das empresas é tratada como um dos requisitos para a adesão do Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal da União.