Por decisão de 80% dos diretórios municipais que responderam à consulta feita pelo presidente do PSDB, Eduardo Leite, o partido deixará o governo de José Ivo Sartori até o dia 20 de janeiro. O PSDB ocupa cerca de 50 cargos, entre os quais a titularidade da Secretaria de Minas e Energia. O secretário Artur Lemos pedirá exoneração no prazo combinado, ou antes, se Sartori quiser antecipar a indicação do sucessor.
Leite esclarece que o PSDB não está rompendo com Sartori:
— Não vamos nos alinhar com a oposição. Deixaremos apenas de ocupar espaços no governo. Nossos deputados vão continuar votando a favor dos projetos que considerarem relevantes para o Estado.
A saída foi motivada pela decisão do PSDB de ter candidato ao Piratini em 2018. Leite será adversário de Sartori e considera inadequada a permanência no governo, mas diz que seria antiético fazer oposição:
— Sartori não era o nosso candidato originalmente, mas estivemos com ele no segundo turno e apoiamos vários projetos.
Antes de anunciar a decisão publicamente, Leite foi ao Palácio Piratini e entregou uma carta aos secretários Fábio Branco e Carlos Búrigo. Telefonou para o presidente do PMDB, Alceu Moreira, e tentou falar com o governador, mas Sartori estava entrando em uma reunião com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em Brasília.
Os tucanos votarão a favor do projeto que autoriza o governo a aderir ao regime de recuperação fiscal, mesmo tendo algumas divergências.
— O acordo abre uma janela de oportunidade que precisa ser aproveitada para equilibrar as contas. Se isso não for feito, o Estado apenas ira postergar a quebradeira.
Leia a carta encaminhada ao governador José Ivo Sartori: