A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira (5), uma nova fase da Operação Carne Fraca. O alvo da investigação é um esquema de fraudes descoberto na empresa BRF, gigante do setor de carnes e processados, dona das marcas Sadia e Perdigão.
As investigações apontaram, segundo a PF, que cinco laboratórios credenciados ao Ministério da Agricultura e setores de análises fraudavam resultados de exames em amostras de processo industrial, com dados fictícios em planilhas e laudos técnicos. O objetivo do esquema seria burlar a inspeção federal.
Desde as 6h são cumpridos 91 mandados decretados pela Justiça Federal do Paraná no próprio Estado, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul (Arroio do Meio), em Goiás e em São Paulo. Batizada de Trapaça, a operação cumpre 11 mandados de prisão temporária e 27 de condução coercitiva. Os policiais cumprem ainda 53 mandados de busca e apreensão em unidades da BRF.
Primeira etapa da Carne Fraca em 2018, a Trapaça não envolve crime de corrupção. As apurações decorrem das descobertas das investigações da PF da primeira e segunda fase que tinham dezenas de frigoríficos como alvos, entre eles unidades da BRF e da JBS (outra gigante do setor, dona da Friboi).
Nas primeiras fases, deflagradas em 2017, foi descoberto esquema de corrupção envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura no Paraná e em outros Estados — as sentenças desses casos devem sair ainda esse ano. Logo após a deflagração dessas primeiras etapas, as ações das duas empresas desabaram: 10,59% no caso da JBS e 7,25% no da BRF.