O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), explicou, nesta sexta-feira (22), que as conversas com parlamentares em torno da votação da reforma da Previdência devem ser retomadas na semana que vem, "entre o Natal e o Ano-Novo". O governo tem tido dificuldades em angariar os 308 votos necessários para aprovar a reformulação das regras previdenciárias a partir de uma Proposta de Emenda à Constituição.
— Não tem contagem de votos, não — declarou Maia, após participar de almoço com investidores realizado pelo banco Brasil Plural. — Acho que retomamos a discussão na semana que vem. Entre o Natal e o Ano-Novo, começamos a trabalhar para ver se, durante o mês de janeiro, conseguimos os votos para aprová-la — afirmou.
A reunião com investidores abordou a questão da reforma da Previdência e outras situações no horizonte político do país, explicou o presidente da Câmara.
— Discutimos as questões que estão na mesa, não tem muita novidade. A discussão da eleição está longe, a Previdência está mais próxima.
Crítica
Em comentário sobre o programa partidário do PSD, em que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi o principal destaque, Maia chamou atenção ao fato de o ministro não ter dito a palavra "Previdência".
— Só achei estranho o ministro Meirelles não ter citado a palavra "Previdência". Estamos em cima da votação, em fevereiro, e a participação dele é decisiva.
O deputado apontou que a palavra é mencionada durante o vídeo, mas não foi pronunciada por Meirelles, que também deixou de falar sobre a importância de votar a pauta.
— Acho que foi ruim, não é uma sinalização boa.
Para Maia, a decisão de o ministro não citar diretamente a Previdência durante sua fala partiu de publicitários.
— Deve ter sido uma decisão de publicitários. Eles olham as pesquisas e não olham o interesse do Brasil — declarou.
Embraer
Questionado sobre a possibilidade de aquisição da fabricante de aviões brasileira Embraer pela norte-americana Boeing, Maia se mostrou contrário à ideia.
— Espero que a Embraer continue a ser brasileira. Parcerias podem acontecer, mas não seria bom que a Boeing incorporasse a Embraer.