Durante cerimônia de homologação da Base Nacional Comum Curricular, na tarde desta quarta-feira (20), no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse que os governos anteriores não tinham "coragem" e "ousadia" de tomar medidas que, segundo ele, eram necessárias há anos. O presidente citou a reforma do ensino médio, sancionada por ele em fevereiro, como um dos exemplos.
— Eu fico impressionado como, neste ano e meio de governo, nós desenterramos tantas coisas que estavam paralisadas. (Coisas) sobre as quais os governos não tinham nenhuma coragem, não tinham ousadia de praticar o ato. Não vou relacionar aqui tudo aquilo que foi feito, mas me cinjo à reforma do ensino médio — disse.
Vício eleitoral
Temer disse ainda que as mudanças consideradas necessárias não eram feitas em função da existência do que chamou "vício eleitoral".
— As pessoas tinham medo de tocar em certos temas que gerassem qualquer espécie de controvérsia. Então, no afã de agradar a todos e não desagradar ninguém, se fazia um processo de natureza eleitoral e não de natureza político-institucional-administrativa. Esta é a grande realidade.
Frequentemente, o presidente dá declarações com a intenção de apresentar seu governo como uma espécie de desarquivador de temas delicados, porém importantes. Como exemplo, ele cita a reforma do ensino médio, a reforma trabalhista e, agora, a Base Nacional Comum Curricular. O presidente pretende aprovar a reforma da Previdência e não tem poupado esforços para isso.
A reforma da Previdência é considerada um tema impopular no Congresso, uma vez que implica o aumento da idade mínima para aposentadoria. Um fator que agrava essa impopularidade é a sua votação marcada para um ano eleitoral. O governo, no entanto, acredita que terá votos em fevereiro, quando a matéria será votada. Em discurso recente, Temer chegou a pedir coragem aos deputados para a votação da reforma.
*Agência Brasil