Apenas oito meses de estudos de português e mais oito trabalhando no Brasil foram o suficiente para o engenheiro chinês Fei Sun, 31 anos, se comunicar de forma fluente com os colegas da fábrica de produtos mastigáveis e alimentos nobres para animais de estimação instalada em Taquari. Marcos, nome adotado por aqui, é o elo entre a administração da empresa no Estado e a matriz, na China, que adquiriu a unidade, no final de 2015.
— Ainda não sei quanto tempo vou ficar no Brasil — diz Sun, responsável pelo alinhamento dos processos conforme orientações chinesas.
A constituição da Jinhua Tecnologia em Nutrição PET Ltda, até 2015 PET HM, foi o primeiro passo da Jinheng Holding fora da China, onde é uma das líderes do setor.
— A intenção dos chineses é entrar no mercado brasileiro e exportar a partir daqui. É uma área em que os produtos nacionais têm bom conceito nos Estados Unidos. Dificilmente têm problemas sanitários — diz o presidente da empresa no Brasil, George Washington Vital da Silva, acrescentando que 80% da produção vai para o Exterior.
Após a aquisição, foram investidos US$ 1,4 milhão em reformas, equipamentos e busca por certificações. Mais US$ 1 milhão serão aplicados na ampliação da indústria. A capacidade produtiva, que era de 20 toneladas por mês, vai saltar para 110. Gerava 30 empregos diretos e a intenção, em até dois anos, é multiplicar por quatro o número de trabalhadores.
A empresa do Vale do Taquari é um negócio pequeno para os padrões chineses no Brasil, mas parece querer crescer a um ritmo tão acelerado quanto o da economia que mais avançou no mundo nas últimas décadas.