Em uma nova ação com o objetivo de obter recursos extraordinários para cobrir o rombo das contas públicas, o governador José Ivo Sartori anunciou, nesta quarta-feira (4), que o Estado irá vender parte de suas ações do Banrisul. O montante a ser arrecadado dependerá de um levantamento a ser feito no mercado financeiro para saber por quanto os papéis poderão ser ofertados.
O Estado detém hoje os dois tipos de ações do banco: 99,58% dos papéis ordinários (ON), que dão direito a voto entre os acionistas, e 14,2% das ações preferenciais (PN), sem direito a voto. O objetivo é vender todas as ações preferenciais e manter 51% das ordinárias, para assegurar controle do banco.
O prazo para a oferta pública contará a partir da publicação do balanço do terceiro trimestre do Banrisul, prevista para o próximo dia 9. Na sequência, serão realizadas a estruturação da operação e a sua apresentação a investidores estrangeiros. O "road show" deverá durar 15 dias, passando por Europa, Ásia e se encerrando em Nova York, nos Estados Unidos. Ao final dessa etapa, o Estado terá a perspectiva do valor que será cobrado pelas ações.
Segundo o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, os recursos serão usados, prioritariamente, para o pagamento do funcionalismo. Parte do montante também será destinado a investimentos em saúde, educação e segurança.
Esta é a segunda grande oferta pública de ações da história do Banrisul. Em 2007, a então governadora Yeda Crusius promoveu a venda de cerca de 42% do total de papéis do banco. A venda somou R$ 1,26 bilhão.