Analistas do setor elétrico afirmam que a proposta de privatização da Eletrobras pode melhorar as operações e a situação financeira da estatal, que acumula dívida de R$ 43,5 bilhões. A divulgação de informações sobre o projeto impulsionou a alta de 2,01% da bolsa de valores de São Paulo (B3) nesta terça-feira (22). Na sessão, as ações ordinárias da empresa, que dão direito a voto, subiram 49,3%.
– A proposta de privatização surpreendeu favoravelmente. É uma saída criativa para criar condições de geração de recursos à Eletrobras – comenta o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales.
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Conforme o especialista, as dificuldades da estatal têm relação com ações que causaram prejuízo ou geraram retorno financeiro reduzido nos últimos anos. Sales cita a Medida Provisória 579, de 2012, adotada no governo Dilma Rousseff, que fez com que as companhias diminuíssem a tarifa cobrada em troca da antecipação da renovação de concessões.
– Com a MP, a Eletrobras teve prejuízo. Parte da dívida veio daí, já que os termos da medida provisória não eram favoráveis à empresa. Com acionistas privados, isso talvez não teria sido aceito – observa o analista André Henrique Trein, da Fundamenta Investimentos.
A Eletrobras mantém atividades no Rio Grande do Sul. Fundada em 1962, a estatal é dona de 32,59% das ações da CEEE. Além disso, controla as subsidiárias Eletrosul, que tem parques eólicos e linhas de transmissão no Estado, e CGTEE, que opera usina termelétrica em Candiota.