A Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) rejeitou o relatório da reforma trabalhista nesta terça-feira, 20. Com um placar apertado, 10 senadores votaram pela rejeição do projeto e nove parlamentares votaram pela aprovação do relatório produzido por Ricardo Ferraço (PSDB-ES).
Com a rejeição do relatório de Ferraço, a presidente Marta Suplicy (PMDB-SP) colocou em votação um texto alternativo, do senador oposicionista Paulo Paim (PT-RS), que foi aprovado em votação simbólica.
O resultado representa uma derrota para o governo Michel Temer. Ainda assim, mesmo com o revés na CAS, o projeto segue normalmente para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, por fim, deverá passar pelo plenário do Senado.
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O placar surpreendeu governistas e a própria oposição, que comemorou muito. Senadores governistas trabalhavam com a expectativa de que o texto pudesse ser aprovado por placar de 11 a 8 ou com vantagem de 12 a 8, conforme o quórum da votação.
Após o fim da sessão na CAS, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu que o resultado é uma derrota para o governo. No entanto, disse que "nada muda" na prática, porque os três relatórios – da CAE, da CAS e da CCJ – serão enviados a plenário e analisados separadamente.
– Não muda nada, não muda a posição do governo, não muda o plano de aprovar – disse Jucá.
O projeto vai para a Comissão de Constituição e Justiça na quarta-feira (21). Lá, será apresentado o parecer do relator do tema nessa comissão, que é Jucá. A expectativa é de que será concedida vista coletiva, para os senadores terem mais tempo de se articularem.