Citado pelo delegado da Polícia Federal Maurício Moscardi Grillo como um dos partidos que teria sido beneficiado por parte da propina arrecadada no esquema de corrupção envolvendo fiscais, políticos, lobistas, funcionários públicos e os maiores frigoríficos do país, o PP informou que desconhece o teor das denúncias e apoia a investigação. O PMDB também informou que desconhece o teor da investigação e não autoriza ninguém a falar em nome do partido.
"Em relação à operação deflagrada hoje pela Polícia Federal, o PP informa que desconhece o teor das denúncias. O partido apoia minuciosa investigação e o rápido esclarecimento dos fatos", diz o partido em nota.
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Uma das lideranças do PMDB, o atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), foi citado pela Polícia Federal no âmbito dessa operação. Isso porque ele foi pego em um grampo conversando com um dos líderes e alvo do esquema criminoso que deflagrou a ação, o fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho.
Na época, Serraglio era deputado federal. Apesar de ter sido mencionado pela PF, o ministro não está no foco dessas investigações, em razão de não ter se detectado nenhuma espécie de delito cometido por ele. Mas, por precaução, o seu nome e de outros políticos foram encaminhados ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Operação deflagrada nesta sexta-feira pela PF, batizada de Carne Fraca, mostrou que as superintendências regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais, recebendo propina para facilitar a produção de alimentos adulterados e emitindo certificados sanitários sem fiscalização efetiva.
*Estadão Conteúdo