Depois de ver mais de 20 países, entre eles seus principais compradores, suspenderem negócios milionários, o Brasil enfim começa a receber notícias positivas envolvendo o mercado de carnes. Neste sábado, a China, o Chile e o Egito voltaram atrás e reabriram o mercado para o produto brasileiro – mas anunciaram aumento na fiscalização e que vão vetar as marcas das 21 empresas investigadas pela Operação Carne Fraca.
O primeiro sinal positivo veio da China. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a retomada das importações pelo país asiático e destacou que a decisão das autoridades chinesas resulta de negociações intensas.
Em nota, o presidente Michel Temer disse que a reabertura da China é "o reconhecimento da confiabilidade de nosso sistema de defesa agropecuária" e que "é a confirmação de todo trabalho de esclarecimento levado a termo pelo governo brasileiro nestes últimos dias em todos os continentes".
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Depois do primeiro comunicado, o ministério esclareceu que a reabertura da China não vale para os 21 frigoríficos investigados. O país também bloqueará e recolherá os produtos cujos certificados foram assinados por técnicos investigados na Operação Carne Fraca.
Também neste sábado, o ministro da Agricultura do Egito anunciou a retomada da importação de carne brasileira, mas ressaltou que os carregamentos de navios estarão sujeitos a inspeção tanto na saída quanto na chegada do país.
Em comunicado, o governo informou que as importações de carnes brasileiras estão sujeitas à fiscalização redobrada no país de origem e na chegada aos portos egípcios para reduzir o risco de entrada de qualquer produto impróprio ao consumo humano.
Outro país a liberar a entrada dos alimentos neste sábado foi o Chile, que manteve a restrição apenas aos 21 frigoríficos sob suspeita. Conforme o comunicado divulgado neste sábado pelo Serviço Agrícola e Pecuário do Chile (SAG), a mudança de postura se deve aos documentos recebidos em resposta a questionamentos enviados ao Ministério da Agricultura brasileiro.
"O SAG, junto ao Ministério da Saúde chileno, continuam reforçando as medidas de vigilância e fiscalização, tanto na fronteira para o ingresso de produtos pecuários, como nos pontos de comercialização, com o objetivo de garantir a saúde e a segurança dos alimentos consumidos no país", diz o comunicado.
Leia a íntegra da nota assinada por Temer e o ministro Blairo Maggi:
"O presidente Michel Temer e o ministro Blairo Maggi divulgaram nota sobre a liberação da carne brasileira no Chile e no Egito. Leia a íntegra:
O governo brasileiro informa que os governos do Egito e do Chile, importantes parceiros comerciais, decidiram normalizar as importações de carne do Brasil após receberem todos os esclarecimentos e as informações técnicas transmitidas pelas autoridades competentes brasileiras.
O Ministério da Agricultura do Egito declarou oficialmente ter certeza da qualidade da carne brasileira após exames realizados por três diferentes órgãos governamentais, que atestaram também que a produção de frango e carne bovina no Brasil está de acordo com as leis islâmicas.
O Serviço Agrícola e Pecuário do Chile (Servicio Agrícola y Ganadero) anunciou hoje que a suspensão às exportações brasileiras de carnes bovinas, suínas e de aves ficará restrita às 21 unidades envolvidas no caso, acolhendo assim a decisão que já havia sido tomada pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) nesse mesmo sentido.
As medidas anunciadas pelos governos do Egito e do Chile corroboram a confiança da comunidade internacional no nosso sistema de controle sanitário, que é robusto e reconhecido mundialmente.
Ao agradecer por esse gesto de confiança e amizade, o Governo brasileiro renova seu interesse em reforçar ainda mais os laços históricos mantidos com ambos os países e reafirma sua inequívoca disposição em seguir transmitindo a nossos parceiros comerciais ao redor do mundo todas as informações sobre a segurança dos alimentos produzidos no Brasil."