Uma boa saída para virar o ano com a conta bancária mais guarnecida é se desfazer de produtos ou bugigangas que há tempos habitam o fundo do armário, mas que dificilmente têm utilidade. Casacos, bonés, jogos de tabuleiro, aparelhos celulares, carrinhos de bebê, patins ou bicicletas: o acervo de entulho costuma ser variado e, muitas vezes, desnecessário – mas sempre há alguém na internet disposto a comprá-lo.
Uma pesquisa feita pelo Ibope em 2015 apontou que 38% dos brasileiros possuem, pelo menos, duas coisas que não usam e poderiam vender – com potencial para movimentar R$ 105 bilhões na economia. Para desafogar esse comércio, nos últimos anos, o Brasil viu propagar a quantidade de sites, aplicativos e páginas em redes sociais que aproximam compradores e vendedores sem burocracia e, às vezes, sem custo extra. Quem atina em desbravar esse mercado costuma faturar um bom dinheiro.
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O fotógrafo Tiago Capelini, 30 anos, não demorou para passar adiante um kit de iluminação que usava em seu estúdio. Após comprar um equipamento novo, anunciou os acessórios usados na internet e fechou acordo com um comprador de Porto Alegre. A entrega foi feita pessoalmente, e o dinheiro, entregue na mesma hora.
– A grana veio bem: aproveitei para colocar algumas contas em dia e comprar outros equipamentos de que estava precisando – explica o fotógrafo, que faturou R$ 2,1 mil com o negócio (o item novo custaria R$ 2,8 mil).
Além de vender, Capelini costuma comprar pela internet, em razão dos preços mais baixos dos usados em relação ao comércio convencional. A negociação pela web não é somente barata, mas também uma opção sustentável: ao recolocar um produto no ciclo do consumo, o usuário dispensa o uso de recursos naturais para a produção de um novo item.
Mas negociar usados pela internet com desconhecidos – sem as mesmas garantias de fazer a compra em uma loja estabelecida, com todas as notas e garantias, por exemplo – também requer alguns cuidados. Capelini, por exemplo, sempre avalia a qualificação dos vendedores e lê os comentários de outros compradores. Certa vez, pagou adiantado por um equipamento de fotografia, mas jamais o recebeu. Desde então, passou a usar o sistema de proteção do site de compras, que retém o valor pago até que o comprador confirme que recebeu a mercadoria.
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– Fornecer o próprio endereço ou marcar o encontro em casa não é uma boa. O ideal é que os encontros sejam feitos em locais públicos e de movimentação, como shoppings, praças ou pontos de comércio – sugere Gabriel di Bernardi, diretor de marketing do aplicativo Skina, que indica, em uma mesma região, interessados em comprar e vender produtos.