Fundada há 40 anos pelo imigrante italiano Angelo Fantin em São Lourenço do Oeste, no Oeste catarinense, a empresa de biscoitos Parati foi vendida nesta quinta-feira por R$ 1,38 bilhão à multinacional Kellogg. Fantin era nascido em Pianezze, província de Vicenza, na Itália, e chegou ao Brasil com 22 anos de idade.
O fundador havia falecido em outubro do ano passado, aos 87 anos. Ele deixou a esposa Ida Libardoni Fantin, seis filhos, 14 netos e dois bisnetos.
Estela Benetti: Parati Alimentos é vendida para a americana Kellogg por R$ 1,38 bilhão
Morre, aos 87 anos, o empresário Angelo Fantin, fundador das indústrias Parati
Formado como perito agrário, Fantin veio para o Brasil em busca de uma nova vida, já que a Europa passava pelo drama do fim da Segunda Guerra Mundial. No país, iniciou sua jornada de empreendedorismo. Trabalhou como agrimensor e escolheu São Lourenço do Oeste para morar.
A Parati, que tem faturamento de cerca de R$ 600 milhões e instalações industriais em Santa Catarina, foi fundada há 40 anos por imigrantes italianos. A companhia tem cerca de 3,2 mil funcionários e vende e 120.000 toneladas de alimentos por ano, entre biscoitos, cereais e refrescos.
Uma das ações mais conhecidas da empresa é o Projeto Bom de Bola que desde 1995 já investiu mais de R$ 30 milhões. O trabalho aproxima crianças na prática de esportes e na leitura.
Aquisição será feita toda em dinheiro e será concluída ainda este ano
A aquisição da fabricante de alimentos Parati pela Kellogg foi a maior do grupo norte-americano já realizada na América Latina e dentro de estratégia de avançar na área de petiscos e em mercados emergentes.
A aquisição da Ritmo Investimentos, controladora do grupo Parati, será feita toda em dinheiro e deve ser concluída ainda neste ano, afirmou a companhia fabricante de produtos como cereais matinais.
Com a transação, a Kellogg afirmou que vai reduzir recompras de ações este ano para US$ 450 milhões a US$ 550 milhões, ante expectativa de US$ 700 milhões a US$ 750 milhões, para "preservar flexibilidade financeira".
"A combinação do portfólio e força de vendas e distribuição da Parati com os recursos globais da Kellogg representa tremenda oportunidade. Podemos expandir nossa presença em um mercado em rápida expansão", afirmou em comunicado Maria Fernanda Mejia, presidente da Kellogg Latin America.
"O Brasil é a maior economia da América Latina e esta aquisição vai nos permitir acelerar o crescimento e melhorar nossas margens na região", afirmou o presidente-executivo da Kellogg, John Bryant, no comunicado.