Após o déficit de US$ 579 milhões em agosto, as transações externas tiveram um resultado negativo de US$ 465 milhões em setembro, segundo informação divulgada nesta terça-feira pelo Banco Central (BC). O déficit de setembro representa o melhor resultado para o mês desde 2007, quando houve superávit de US$ 481,5 milhões.
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 3,603 bilhões em setembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,602 bilhões. Já a conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 1,656 bilhão. No caso da conta financeira, o resultado ficou no vermelho em US$ 92 milhões.
As transações externas levam em consideração a soma dos resultados da balança comercial, dos serviços contratados por brasileiros no exterior e da remessa de rendas do Brasil para outros países.
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No acumulado do ano até setembro, o rombo nas contas externas soma US$ 13,582 bilhões. Já nos últimos 12 meses até setembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 23,251 bilhões, o que representa 1,31% do Produto Interno Bruto (PIB).
Remessa de lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes no exterior foi de US$ 899 milhões em setembro, informou o BC. A saída líquida representa um volume menor do que os US$ 2,037 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 12,168 bilhões. O resultado enviado é inferior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 13,690 bilhões. A expectativa do BC é que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 19,0 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 784 milhões em setembro ante US$ 994 milhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 15,991 bilhões, valor menor que os US$ 17,215 bilhões de igual período do ano passado. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros externos no valor de US$ 21,2 bilhões.
Viagens internacionais
A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em setembro, conforme o BC. No mês passado, quando o dólar ficou praticamente estável ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 851 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 774 milhões. O déficit das viagens internacionais, portanto, cresceu 9,9% em um ano.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,294 bilhão em setembro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 443 milhões no mês passado.
No acumulado do ano até setembro, o saldo líquido dessa conta está negativo em US$ 5,814 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 9,806 bilhões. Para 2016, o BC estima um déficit de US$ 7,5 bilhões para esta rubrica, menos que os US$ 11,5 bilhões de déficit registrados em 2015.