Em encontro realizado com o vice-presidente da República, Michel Temer, nesta quinta-feira, o empresário Jorge Gerdau ressaltou o atual quadro de dificuldades enfrentado pelo setor de siderurgia. A reunião também foi acompanhada pelo presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil, Benjamin Baptista, e do presidente-Executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo.
– Não falamos (sobre o lançamento de um pacote para a área econômica). Falamos mais do quadro da siderurgia, que é de dificuldades da demanda e exportação – disse Gerdau na saída do encontro com o vice-presidente.
Segundo Benjamin Batista, na reunião foram apresentadas algumas propostas a Temer como alternativas para tentar tirar o setor da atual crise.
– São propostas vinculadas à área de financiamento à exportação, à desoneração, vinculadas ao custo Brasil – ressaltou o dirigente.
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De acordo com ele, o cenário econômico deve gerar novas perdas para o setor.
– Estamos passando a maior crise que a gente já teve neste últimos 40, 50 anos. O consumo aparente está caindo dia a dia. Caiu 17% ano passado e estamos com previsões de nova redução do consumo aparente. Várias de nossas plantas estão paradas – queixou-se.
Em relação às exportações, Benjamin ressaltou que a principal preocupação é com o "fator China" na economia mundial.
– A questão fundamental hoje no mundo é o excesso de capacidade de aço. Esse excesso está basicamente voltado para a China. Esse é um tema que não preocupa apenas o governo brasileiro, mas o mundo. Nossa preocupação neste tema é o reconhecimento da China como economia de mercado. Assim que a China for de fato reconhecida como economia de mercado, todo mundo vai ter mais dificuldades de poder acionar as importações chinesas contra processos de dumping – disse.