O fato que chacoalhou o noticiário político na manhã desta sexta-feira repercute diretamente no mercado financeiro. Com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva na 24ª fase da Operação Lava-Jato, as ações da Petrobras na Bolsa de Valores de São Paulo chegaram a apresentar variação positiva superior a 10%.
Por volta das 10h30min, os papéis ordinários da estatal, que dão direito a voto em assembleia, avançavam 14,05%, a R$ 10,39. Já as ações preferenciais, que dão prioridade na distribuição de dividendos, subiam 19,48%, a R$ 7,85, no mesmo período da sessão.
Às 14h50min, os papéis ordinários avançavam 10,54%, a R$ 10,04. No mesmo horário, as ações preferenciais variavam 12,48%, a R$ 7,38.
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O economista-chefe da agência Austin Rating, Alex Agostini, explica que o mercado vislumbra na ação da Polícia Federal contra Lula a possibilidade de uma mudança de governo no futuro, que poderia respingar positivamente na Petrobras.
– Da mesma forma que a política interfere de maneira negativa, também pode ser positiva para os investidores. As expectativas políticas melhoraram – comenta.
Para exemplificar o movimento financeiro desta sexta-feira, Agostini cita um fato ocorrido na Argentina. Em dezembro, após a posse do presidente Mauricio Macri, as ações locais passaram a subir em razão da mudança na presidência, ocupada anteriormente por Cristina Kirchner.
– A troca mexeu com as expectativas da bolsa argentina – frisa o economista.
No entanto, Agostini ressalta que, até o momento, o mercado brasileiro avalia apenas possibilidades. Não há um fato já concretizado.
– É difícil traçar uma tendência para os próximos dias. Até agora, há apenas uma possibilidade de impeachment. À medida que surjam fatos da Lava-Jato revelados, o mercado poderá reagir positivamente outra vez – observa.
JBS em baixa
Na contramão da Petrobras, a JBS puxava as perdas no pregão da Bovespa. Por volta das 12h, o recuo das ações ordinárias da empresa atingia quase 11%, a R$ 11,25. Boatos já chegaram a colocar o nome de Fábio Luis da Silva, o Lulinha, filho de Lula, como dono da JBS, que é proprietária da marca Friboi.