O Índice de Desempenho Industrial do RS (IDI-RS) atingiu em novembro do ano passado o seu menor nível desde janeiro de 2003. A queda na atividade da indústria chegou a 0,8% na comparação mensal com outubro, com ajuste sazonal. Foi a sétima baixa nos últimos oito meses, puxada especialmente pelas compras, que caíram 2,9% no mês.
"Continuam influenciando o desempenho do setor diversos fatores negativos, principalmente a contração da demanda interna e as incertezas nos âmbitos político e econômico", explicou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, ao comentar, nesta quinta-feira, os resultados da pesquisa mensal realizada pela entidade. "A perda da confiança dos empresários, a ociosidade elevada e a queda do emprego, ao postergar investimentos e consumo, devem manter a tendência negativa nos próximos meses".
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O ciclo de ajuste no mercado de trabalho continua: o emprego caiu pelo 10º mês consecutivo - recuo de 0,8%. Outro indicador que aponta para perdas na produção gaúcha é a alta taxa de ociosidade das indústrias. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) alcançou apenas 77%, o mesmo percentual registrado em outubro. Também ficaram praticamente estáveis as horas trabalhadas na produção (-0,1%) e a massa salarial real (-0,1%). A alta de 0,4% do faturamento real foi o único dado positivo em novembro, mas nada que indique uma tendência, segundo a Fiergs.
Relativamente ao mesmo mês do ano anterior, a queda da atividade industrial chegou a 11,2% em novembro. Nessa métrica, são 21 taxas negativas consecutivas, recorde histórico.
No acumulado dos 11 meses de 2015, o IDI-RS recuou 9,4% na comparação com o mesmo período de 2014, marca só superada pela de 2009 (-14,3%). Todos os indicadores apresentaram quedas, principalmente o faturamento real (-12,3%) e as compras industriais (-16,4%).
A contração da indústria gaúcha, em relação a igual período anterior, também é generalizada setorialmente: atingiu 14 dos 17 setores pesquisados. Veículos automotores (-22,5%), máquinas e equipamentos (-16,7%), químicos e derivados de petróleo (-5,9%) e móveis (-16,6%) são os que pressionam negativamente o desempenho global.